A arte de enrolar

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Todo artesanato tem em si a sensibilidade de quem o criou representada de várias formas. Alegria e delicadeza são características dos trabalhos em Quilling, arte de criar desenhos decorativos usando tiras de papel.
A artista plástica, Rose Marques, explica que o Quilling é uma técnica de ourivesaria adaptada para o papel. Com paciência, bom gosto e criatividade, Rose e sua sócia Mônica Turato, transformam tirinhas de papel em delicadas peças que podem variar o motivo conforme a inspiração ou o tema sugerido: flores, animais, pessoas, objetos…
Para dar forma a diferentes desenhos, basta uma tesoura, pinça especial, cola e qualquer papel de gramatura 70. “Qualquer papel ganha valor como uma jóia. Até mesmo sulfite ou jornal”, analisa a artista, tamanha é riqueza de detalhes.
O Quilling é uma linda opção de presente e pode ser usado para ornamentar cartões, caixinhas utlitárias, scrapbooks, decoração de festas, quadros, entre outros. Rose conta que alguns trabalhos já foram usados, inclusive, para ilustração de livros e como capa de revista. Para ela, que também ministra cursos, “ esta é uma forma de estimular o resgate do trabalho manual e também de valorizar o tempo”. Além de ser um trabalho bonito e gerador de renda, muitas pessoas procuram pelo curso de Quilling como forma de terapia. De acordo com a psicóloga Eliane Pires de Aguiar, a confecção do Quilling estimula a imaginação, a memória, a concentração, a paciência e a coordenação motora. E ainda proporciona uma vivência emocional enriquecedora que possibilita a expressão de potencialidades para criação e transformação da realidade.

Prática

O curso é dado em, aproximadamente, três horas. Os grupos são fechados com até seis pessoas e podem ser feitos na residência da aluna. O preço é R$ 150,00, incluindo material. A aula começa com aquecimento das mãos e segue com música medieval (numa referência à origem do Quilling – veja box) para manter o relaxamento. Segundo Rose, a aluna aprende a fazer uma série de desenhos do gabarito que servirão como base para outras criações. No final da aula, ela sai com três cartões produzidos e descontrai com uma confraternização entre as participantes, que inclui bolo e chá. “Essa finalização das aulas originou um encontro mensal entre as ‘quillers´. É uma oportunidade para troca de experiências”., conclui.

Esta arte é muito antiga, com data imprecisa, e tem registros em pelo menos duas fases distintas da história. Primeiramente na Idade Média, quando portais e enfeites de igrejas eram decorados com esta técnica imitando filigranas (decoração com ouro e prata), porém feitas com metais menos nobres. Mais tarde foi revivido, na era Vitoriana, por mulheres, que, inspiradas nestes enfeites passaram a trabalhar, já com o papel, reproduzindo pequenas jóias frágeis como demonstração de criatividade e acima de tudo paciência.

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