Espaço para gravuras

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A Galeria Gravura Brasileira acaba de completar 10 anos e a novidade é que o espaço agora está em Perdizes. A galeria surgiu de uma paixão pela arte da gravura que começou no atelier de gravura do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo. “Ao perceber a qualidade da produção gráfica dos artistas que faziam gravura e a inexistência de uma galeria que mostrasse os seus trabalhos resolvemos abrir a galeria Gravura Brasileira”, conta Eduardo Besen, diretor da Galeria. No início, o espaço funcionava como um escritório de arte sem calendário de exposições, mas em pouco tempo foi iniciada uma programação intensa com mostras de artistas jovens como Ulysses Bôscolo, Paulo Penna, Fernando Vilela e consagrados como Evandro Carlos Jardim, Marcelo Grassmann e Lívio Abramo. Atualmente, a galeria é o único espaço de exposições no País dedicado somente à gravura com mais de cem exposições realizadas nos últimos 10 anos. Ao longo do tempo a Gravura Brasileira tornou-se um centro de referência ao promover exposições de artistas jovens e consagrados, palestras e lançamentos de livros de artista e álbuns de gravuras. A galeria recebe artistas, visitantes, galeristas e curadores de todo o mundo e mantém programas de intercâmbio com ateliês e instituições de outros Estados e países além de participar como convidada em feiras de arte (ArtFrankfurt 2003 e 2004) e em exposições internacionais (realizadas a partir de 2002 nas cidades de Amsterdã, Heidelberg, Paris, Cardiff, Nova Iorque, Havana, Washington, Oaxaca, Cidade do México e Berlim entre outras). “O que mais chama a atenção é a variedade de técnicas e o número de artistas que tem um trabalho de qualidade. A gravura é uma técnica muito rica que permite diversos tipos de imagens que podem ser impressas sobre diferentes tipos de papel, tecido ou metal”, diz Eduardo. Segundo ele, o mercado de arte, como um todo, está crescendo no Brasil. “O número de galerias, feiras e exposições aumentou e fez crescer o público, mas ainda há muito por fazer. O brasileiro não tem hábito de ir a museus, nem de visitar galerias. O trabalho da galeria é informar além de vender. Temos que divulgar as técnicas e formar o público para que ele saiba apreciar o que está vendo. A galeria Gravura Brasileira foi pioneira nesse sentido fazendo sempre encontros com os artistas, demonstrações das técnicas e investindo em obras de artes sobre papel que são mais baratas e mais acessíveis ao comprador final”. Eduardo diz ainda que a galeria na Vila Madalena ficou pequena para o acervo de mais de 3000 gravuras. O novo espaço, em Perdizes, é maior para o acervo, para as exposições e mais confortável para os visitantes. “O público de Perdizes tem interesse em cultura pela existência de um grande numero de escolas e faculdades, ou seja, é um público em potencial para a galeria”. O novo endereço contará com três salas de exposição e mais espaço para o acervo de mais de três mil gravuras originais de artistas de todo o Brasil, Argentina, Alemanha, Canadá, Itália, México, Japão e Inglaterra. Eduardo avisa que, ainda este ano, haverá exposições de artistas brasileiros como Fernando Vilela, Stela Barbieri, Cássia Gonçalves e Sheila Goloborotko e também de estrangeiros como Masaaki Ohya e Toshie Imasato, do Japão, e Donna Moran e Kelly Driscoe, dos EUA. “Vamos continuar os intercâmbios com ateliês de outros países trazendo estes artistas para palestras na Faculdade de Belas Artes. A partir de 2009 o espaço vai oferecer cursos práticos e teóricos na área de gravura e artes”, completa.

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