Inclusão na era digital

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Em 1993, o professor de informática e empresário Rodrigo Baggio idealizou o uso do computador como um canal de comunicação entre jovens de diferentes grupos sociais, que dialogariam entre si através da Internet. Essa idéia deu origem a um boletim chamado Jovemlink e constituiu o primeiro passo para o uso das tecnologias da informação e comunicação como ponte digital, promotora de integração social. A proposta era de que o boletim ajudasse a promover o diálogo entre os moradores da favela e os do asfalto, no Rio de Janeiro.
No ano de 1995, o Comitê para Democratização da Informatização (CDI), foi transformado em uma organização não-governamental para desenvolver o trabalho pioneiro de promover a inclusão social utilizando a tecnologia da informação como um instrumento para a construção e o exercício da cidadania.
Essa inclusão acontece através de suas Escolas de Informática e Cidadania, criadas principalmente em parceria com organizações comunitárias. O CDI implementa programas educacionais no Brasil e no exterior, com o objetivo de mobilizar os segmentos excluídos da sociedade para a transformação da sua realidade. Desenvolve projetos que atendam a comunidades de baixa renda, públicos com necessidades especiais, portadores de transtornos psiquiátricos, jovens em situação de rua, populações indígenas e comunidades carcerárias, entre outros.
O CDI acredita que o domínio das novas tecnologias não só cria oportunidades de trabalho e geração de renda, como também possibilita o acesso a fontes de informação e espaços de sociabilidade que propiciam a busca coletiva de soluções para os problemas enfrentados pelas comunidades. Incentiva a liberdade de escolha e o software livre ou não. A idéia é oferecer aos alunos a opção de usar as ferramentas mais adequadas às suas necessidades.
A rede é formada por unidades regionais e internacionais, cujas atividades são acompanhadas e coordenadas pela matriz, localizada no Rio de Janeiro. Cada escritório regional possui autonomia administrativa e reproduz a proposta pedagógica do CDI. Cada unidade gerencia um grupo de Escolas de Informática e Cidadania (EIC) que são espaços não-formais de ensino, criados por meio de parcerias com centros comunitários, entidades de classe, grupos religiosos e associações de moradores, entre outros movimentos associativos.
As EIC funcionam, na maioria dos casos, em associações localizadas em comunidades de baixa renda ou no seu entorno. Cada escola dispõe, no mínimo, de cinco computadores. A sua manutenção é feita através de parcerias com instituições e empresas. Também são encontradas nas dependências de instituições públicas ou de empresas. Desde a sua criação, já foram capacitadas mais de meio milhão de pessoas. Apenas no ano de 2005, foram formados cerca de 70 mil alunos. Basicamente o público é formado por jovens de comunidades de baixa renda, mas podem ser adaptados facilmente às necessidades específicas dos mais variados grupos, sem prejuízo para a qualidade do trabalho.
A manutenção de toda a estrutura é feita através de parcerias e apoios com organizações filantrópicas nacionais e internacionais (Unesco, Unicef entre outras), com empresas (Esso, Philips, Vale do Rio Doce) e agências governamentais, além de doações individuais. Essas parcerias são vitais para a manutenção da equipe de profissionais do CDI e suas Escolas de Informática e Cidadania.
Para viabilizar o trabalho das EIC, o CDI aceita permanentemente a doação de computadores novos e usados, e outros equipamentos de informática. Mais detalhes sobre doações podem ser encontrados no site www.megajuda. org.br.

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