Noites na Broadway

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Quem está na faixa dos 30 e 40 anos se recorda muito bem de quando tocava “música lenta” nas danceterias. Era a hora de tomar a iniciativa com a paquera e tentar roubar um beijo ou, quem sabe, engatar um namoro. Hoje em dia os adolescentes estão mais decididos e extrovertivos e não precisam deste tipo de pretexto para uma aproximação. Talvez por isso os hits melosos tenham dado lugar às batidas da música eletrônica. Uma casa noturna que acompanhou essa mudanças de comportamento e de estilos musicais é a Broadway, que este ano completou 26 anos.
Da Disco Music, passando pelo New Wave, House Music até chegar ao Psy, a Broadway sempre se manteve atual no cenário musical atraindo jovens de diversas regiões de São Paulo, ansiosos por se “acabarem” na pista ao som de DJs de renome nacional e internacional. O mesmo hábito começa a ser passado de pais para filhos. “Outro dia encontrei uma amiga que freqüentava a casa e não via há anos trazendo a filha de 14 anos para a matinê”, diverte-se Iran Gutemberg, coordenador artístico, que também curtiu a adolescência na casa. “Comecei a freqüentar a Broadway em 1990 quando ainda tinha a piscina”.
Piscina? Sim, a danceteria já teve vários estilos de decoração. Inicial-mente a Broadway era uma festa itinerante que acontecia no Clube Atlético Nacional. Mais tarde, já instalada no atual endereço, a área externa ganhou uma grande tenda que remetia a um circo e levou o nome de Bway, até hoje lembrada pelos antigos freqüentadores. “Nesta época havia uma pista de half onde o Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr, que morava na Casa Verde, vinha andar de skate”, recorda Iran.
A mais recente inovação ocorreu em junho deste ano e pode ser observada na cenografia dos ambientes projetada pelo arquiteto Cláudio Arantes e a artista plástica Marta Oliveira. Logo na entrada, o tom vermelho caracteriza a Broadway, onde há apenas um telão que, além de mostrar a programação da noite, ainda dá uma prévia do que estará rolando nas áreas internas da casa. Estes ambientes internos são compostos por uma forte visão artística, com ícones dispostos pelas paredes, inspirados em desenhos de tatuagens e psicodelismo. O xadrez e os tons vermelho, branco e preto são as características mais marcantes e passam pelo piso, paredes e até mesmo poltronas padronizadas. A idéia foi misturar as cores da metrópole e da noite.
A casa é composta por quatro ambientes: a pista principal da Broadway possui um imenso bar e passarelas onde gogo dancers fazem a festa. A área externa, onde toca ritmos nacionais, separa a pista da cervejaria que conta com duas mesas de snooker. No piso superior ficam o mezanino e um lounge com mini pista. Sua programação inclui todas as vertentes da música eletrônica atual. Com exceção das sextas-feiras, na quais acontecem o Clube do Flash, noite dedicada às pessoas entre 25 e 35 anos. Para este público a Broadway também organiza, esporadicamente, shows batizados de “Energia na Véia”. O próximo acontece dia 1º de dezembro, no Espaço das Américas, e apresentará o cantor Noel e a banda Ultraje a Rigor. Já nos sábados o público predominante é da faixa dos 18 aos 22 anos. Domingos é dia de matinê, portanto, proibida a entrada de maiores de 18 anos.
Uma outra novidade é a tecnologia de última geração de seu equipamento de som da marca Nexo, segundo Iran, o mais moderno do mundo. “Durante todos esses anos conseguimos manter a característica das verdadeiras discotecas: som e iluminação de qualidade” , afirma, com o propósito de consolidar a Broadway como a tradicional danceteria paulista.

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