Parque é referência

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O Parque Dr. Fernando Costa, mais conhecido como Parque da Água Branca, fica no coração de Perdizes. Seja para praticar atividade física, para pesquisar sobre a agricultura paulista ou sobre as abelhas e os peixes, e mesmo como sede de um dos eventos mais importantes sobre a cultura do estado, o Revelando São Paulo, o Parque da Água Branca é um ícone da região e atrai, hoje, cerca de 5 mil pessoas por dia e 40 mil nos fins de semana.
A história do parque tem início no século 20, quando o então prefeito de São Paulo, Dr. Antônio da Silva Prado, conhecendo o caráter ainda embrionário da atividade agrícola na cidade, percebeu que era hora de aquecer o setor. A população abastecia-se de produtos hortifrutigranjeiros em chácaras periféricas, ou mesmo de alguns bairros residenciais ou ainda, em pequenas hortas e galinheiros, nos próprios quintais das casas. Dispondo de poucos recursos, mas já possuindo vocação e terras que ainda eram baratas, muitas pessoas poderiam se dedicar à atividade agrícola de forma profissional e ajudar a elevar a qualidade dos produtos, difundir o cultivo, aumentando a produção e barateando os preços. Assim, o prefeito idealizou o que se chamaria de Escola Prática de Pomologia e Horticultura.
A escola foi fechada, várias outras terras foram incorporadas e o governador do Estado na época, Júlio Prestes, que tinha como secretário da agricultura o Dr. Fernando Costa, decidiu transferir as antigas dependências de Produção Animal e de Exposições da Moóca para a Água Branca. O local foi chamado de Pavilhão de Exposição de Animais, e mais tarde chamado de Parque Dr. Fernando Costa, em homenagem ao seu fundador.
Quando era apenas um recinto de exposições e provas zootécnicas, contava com várias seções: de veterinária, defesa sanitária animal, caça e pesca, produção animal, entre outras. Tanques de peixes, um pequeno zôo, caramanchão e até um cinema mudo formavam uma área especial para o lazer. Outra atração da época (estamos falando de 1929, aproximadamente), era passear a noite no parque para admirar seus prédios de estilo Normando projetados por Mário Whately, e os vitrais do portal de entrada em estilo Art Déco, desenhados por Antônio Gomide.
Em 1996, o Parque da Água Branca foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado), e, atualmente, pertence a Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Freqüentado por famílias, ponto de encontro de amigos, visitado por estudantes, o Parque tem, em seus 137 mil metros quadrados de área, 79.500 m² de área verde, com aproximadamente 120 espécies diferentes de árvores. “Isso garante o oxigênio mais puro para a região”, diz Toninho Teixeira, diretor do Parque. É importante lembrar que o parque não é uma reserva de mata nativa, como outros parques da cidade, mas dispõe de 3.800 espécies arbóreas adultas. Diversas espécies são utilizadas para fins paisagísticos e como alimentação de vários animais, e há também diversos exemplares de várias espécies espalhadas pelo Parque, maciços de nativa da mata atlântica e cerrado.
O público freqüentador do parque é bem variado. Muitas pessoas vão até lá para caminhar, correr, praticar ioga ou simplesmente para relaxar e passear. Outras vão interessadas nas diversas associações de criadores instaladas no parque. “O parque é seguro, as famílias vêm passear tranqüilamente. O parque simboliza qualidade de vida no bairro”, acrescenta Toninho, observando a importância do parque como centro de referência em educação ambiental.

Escolha uma atividade e aproveite

Meliponário: Localizado em área aberta, em parceria com a Acapame (Associação Paulista de Criadores de Abelhas Melíferas), o meliponário é um espaço onde há “caixas” de colméias de abelhas indígenas e sem ferrão, para observação do usuário.

Relógio de Sol: Este curioso relógio instalado em uma parte dos jardins do parque, foi restaurado com base em levantamento fotográfico de relógios originais da década de 1930.

Espaço Zootécnico: Animais de pequeno, médio e grande porte, como ovinos, eqüinos e aves diversas. A finalidade é proporcionar às crianças o contato e o conhecimento do que é a vida no campo.

Espaços de Exposições: Nas antigas gaiolas do parque o visitante pode ver mostras de exposições de artes plásticas, fotografias e de trabalhos desenvolvidos por diversos parceiros.

Tattersal: Prédio tem formato octagonal onde antes eram realizados leilões de animais. Hoje é destinado a exposições, palestras, encontros, teatro, dança, e demais atividades alternativas e culturais.

Aquário Água Branca: O espaço que abrigou um conceituado aquário de peixes da bacia do Rio Paraná na década de 30, foi reformado e preparado para visitação pública, em parceria com o Instituto de Pesca. Nele estão expostas as espécies de peixes mais significativas das bacias hidrográficas do Estado e de outras regiões do país.

Espaço Leitura e Biblioteca: Montado em uma das antigas gaiolas de animais do parque, conta com uma gama considerável de publicações de leitura rápida como jornais, revistas e gibis, para leitura no local.

Casa do Caboclo: Casa de taipa bem parecida com as encontradas no interior do estado. A taipa é uma técnica ancestral de construção que consiste em paredes erguidas a partir de terra úmida socada em moldes (a taipa de pilão) ou de barro calcado por entre morões e varas/ripas entrecruzadas (a taipa de mão ou taipa de sopapo, também conhecida entre nós por pau-a-pique).

Viveiro de Mudas e Flores André Franco Montoro: Desenvolve atividades, pesquisas, análises laboratoriais e informações nas áreas de Produção Vegetal e Animal. Oferece treinamento, cursos e ministra técnicas de jardinagem aos integrantes do Programa Espaço Convivência do NAI – Núcleo de Atenção ao Idoso e do Núcleo de Capacitação de Agentes Multiplicadores, mantidos pelo FUSSESP, e desenvolve mudas e flores para o replantio dos jardins existentes no parque.

Museu Geológico Valdemar Lefévre: As exposições permanentes do Mugeo apresentam minerais, rochas, fósseis, objetos e documentos antigos resultados dos trabalhos da Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo. Representa, também o reflexo de mais de um século de pesquisas nas áreas de Geociências no estado.

Feira de Produtos Orgânicos: Espaço destinado à venda de produtos sem defensivos ou adubação química, produzidos a partir do conceito de Agricultura Orgânica. A feira é controlada pela Associação de Agricultura Orgânica – AAO e acontece as terças-feiras e sábados, das 7 às 12h. Aos sábados, você pode se deliciar em um bufê de café da manhã composto por produtos orgânicos.

Programa de Coleta Seletiva: São quatro os pontos de entrega voluntária (PEV) existentes no Parque e localizam-se nas portarias. Com a coleta seletiva o parque contribui com a preservação da natureza, economizando recursos naturais e gerando benefícios sociais.

Campanha contra o abandono de animais no parque: A diretoria realiza campanhas contra o abandono de animais no parque, orientando os usuários sobre os locais apropriados para encaminhá-los, com a colaboração de entidades protetoras de animais e, sensibilizando as pessoas para a adoção. Abandonar um animal é considerado maltrato, segundo Lei Municipal 13.131 de 2001 e maltratar qualquer animal é crime, conforme dispõe a Lei Federal 9.605 de 1998 de Crimes Ambientais.

Equoterapia: Atividade de terapia utilizando o cavalo, destinada exclusivamente a portadores de deficiências múltiplas, para adultos e crianças. Realizada pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo – FUSSESP, em conjunto com Secretaria da Segurança Pública – Regimento da Cavalaria da Policia Militar “9 de Julho” e Secretaria de Agricultura e Abastecimento através do Parque Dr. Fernando Costa.

Cadeias Produtivas: São eventos de feiras Agro-culturais, que podem ser realizadas com diversos produtos da agricultura como café, leite, mel, citrus, feijão, algodão, carne e muitos outros, com o propósito de mostrar, detalhadamente, todas as etapas produtivas de cada um desses setores agrícolas.

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