Matemático e bom nas letras

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Multitalentos: poeta, autor de cinco livros, de peças de teatro, compositor e matemático. Esse é Oswhaldo Rosa, morador da Pompeia.

Nascido na zona Norte, mais precisamente na Vila Maria, Oswaldo, anos mais tarde incluiu um ‘h’ no nome, “para evitar homônimos”. “Nasci um mês após a fundação da minha querida escola de samba Unidos de Vila Maria”, conta. Mas ele que desfilou por vários anos pela escola do coração, neste ano não vai para a avenida. “Minha esposa [a cantora Susie Mathias] não poderá desfilar e não posso deixá-la sozinha. O jeito é torcer pela escola pela tevê!”, justifica sua ausência no carnaval deste ano no sambódromo do Anhembi.

O carnaval também é sua fonte de inspiração. Inscreveu letra para o samba-enredo da Vila Maria, “mas não consegui ser classificado”, conta sem mágoa. Diz ter saudades dos carnavais de antigamente, “Eram mais soltos e livres. Hoje, as escolas têm uma organização maior e qualquer coisa errada no desfile, a escola pode perder pontos. Ficaram grandes!”

A literatura entrou na vida do Oswhaldo através de sua irmã Heloísa, “que sempre gostou de ler para os pequenos, poemas e histórias infantis”. A partir de então, começou a ler “com voracidade, livros dos escritores brasileiros Manuel Bandeira, Casemiro de Abreu, J. G. de Araújo Jorge, Castro Alves e passou a escrever. Esse caminho pelas letras, ele conta na apresentação de novo livro que reúne, em um lado, A Bomba Que Falta (prosa e memórias) e, no outro, O Domador de Cometas (poemas e haicais). As artes das capas levam as assinaturas do artista plástico Elifas Andreato e do filho Ébano. O autor resume que “têm textos recentes e outros que estavam guardados e que a Susie me incentivou a publicar”. A edição foi bancada por ele e o lançamento oficial ainda não está agendado. “Acho que será no Sesc Pompeia ou Pinheiros”, avisa.

A escrita em forma de prosa ou poesia surgiu na adolescência e a partir daí sempre fez parte do seu dia a dia. Conta que começou a escrever poesia quando estava em um boteco e “um colega declamava para as pessoas. Quis saber de qual livro ele havia copiado os versos. Quando soube que ele era o autor, decidi também fazer a minha poesia. E não parei mais”. Além dos dois recentes, publicou mais três livros: ‘Ácido Paulistânico’ (1984), ‘Amornauta’ (1991), ‘O Céu é Vertical’ (1993). “Os três livros já me satisfaziam, mas Susie e os amigos me incentivaram. Reuni os textos, submeti à crítica e também fiz uma autocrítica antes de mandar os textos para a gráfica”, diz.

Embora sempre tenha gostado das letras, os números o atraíram mais e foi por isso que se formou em matemática. Fez sua carreira profissional na área de informática e trabalhou até se aposentar, no setor de TI no Banco do Brasil. “Hoje dou aulas de matemática para conhecidos e amigos que querem prestar concurso público. E com muito prazer!”.
Também tem textos criados para o teatro, “mas ainda não montei nenhum deles. Espero que em breve, isso possa acontecer com o meu texto ‘Joanete Deu Pé’”. Além de escrever, atuou e dirigiu um grupo de atores amadores. Mas isso não basta, sempre que pode, participa de oficinas literárias e eventos semelhantes. “É sempre bom conhecer novos autores e se reinventar. Um dos poetas que ultimamente ‘descobri’ é o poeta paranaense Paulo Leminsky.”

 

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O lado letrista de Oswhaldo está presente em várias faixas do CD Canção das Meninas, de Susie Mathias. “Não sou de cantar, sou mais de escrever”. Quando promove saraus em sua casa na Pompeia, “convido os amigos e conhecidos para virem. É muito legal”. Oswhaldo também participa de eventos semelhantes. Um deles é o Sarau do Espaço 38, que acontece no Bairro Siciliano e outro é o sarau do Clube Caiubi de Compositores.

O escritor e morador da Pompeia veio para a região por causa de Susie. “Quando nos conhecemos e decidimos viver juntos, moramos antes na Vila Romana, e depois que encontramos esta casa, fizemos uma boa reforma e agora vivemos aqui com a companhia de nossos bichos queridos.”

oswhaldo@gmail.com

 

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