Você já deve ter ouvido falar que alguém morreu de aneurisma, mas o que é isso? Para tirar nossas dúvidas, procuramos o Dr. Luís Fabiano Marin, neurologista, formado há sete anos e há dois anos e meio integrante da equipe de neurologia do Hospital São Camilo-Pompéia.
O aneurisma é uma dilatação anormal de uma artéria, causada geralmente por uma fragilidade ou um defeito da parede do vaso. Existem dois tipos de aneurismas: o congênito e o adquirido. “O congênito, que a pessoa nasce com ele, pode aumentar ao longo da vida e se romper”, diz o Dr. Luís, e continua: “Os adquiridos são os mais freqüentes, formados por uma série de fatores de risco”. Esses fatores são conhecidos de todos: história familiar de aneurisma cerebral, hipertensão arterial, aterosclerose (formação de placas de colesterol nos vasos do cérebro ou do corpo), tabagismo, alcoolismo, diabetes.
O aneurisma é mais freqüente em adultos de 40 a 60 anos de idade, com uma leve predominância no sexo feminino.
A doença não tem nenhum sintoma, a pessoa não sente nada. “A partir do momento em que ele começa a crescer e se rompe, é que a gente tem a queixa do paciente”, avisa o neurologista. Com o rompimento de um aneurisma, ocorre uma hemorragia cerebral: o sangue cai numa cavidade do cérebro chamada espaço subaracnóideo e dá uma dor de cabeça extremamente forte (cefaléia súbita) e de rápida evolução, que pode ser acompanhada de outros sintomas, como vômitos, perda da consciência, convulsões, rigidez de nuca e até coma.
Segundo o Dr. Luís, “em 10% dos aneurismas cerebrais rompidos os pacientes não chegam nem ao hospital, falecem antes; 50% das pessoas falecem no primeiro mês da doença e 15% ficam com seqüelas neurológicas graves”. Essas seqüelas podem ser: paralisia de um lado do corpo (como um AVC – Acidente Vascular Cerebral), perda visual, distúrbio de fala, alterações do movimento do olho e convulsões.
Se for constatado o aneurisma, uma cirurgia resolve o problema e a pessoa pode levar uma vida normal, com acompanhamento periódico normal de rotina.
