Espaço para educar

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A Associação Beneficente à Criança Desamparada “Nossa Casa” (ABCD), entidade sem fins lucrativos, que cuida de 20 crianças carentes, de ambos os sexos, está com um novo projeto: inaugura, em julho, um Centro Educacional para crianças e adolescentes, abrigadas ou não. Fundada em 2000, a associação vai além do “simples” conceito de abrigo, tendo a inclusão social como principal objetivo. Para isso, promove ampla integração de crianças e adolescentes à sociedade, preservando a individualidade de cada um deles, educando-os e dando o apoio necessário a seus familiares, para que eles possam se reestruturar. “As crianças têm atividades aqui na casa e freqüentam a escola. Queremos fazer um trabalho com qualidade, por isso atendemos a poucas crianças. Mas percebemos que não temos mais como crescer aqui. E a forma que achamos para fazer isso foi ramificar. É um investimento que estamos fazendo buscando parcerias”, diz Andréa Araújo de Oliveira, coordenadora da ABCD. O Centro Educacional pretende oferecer cursos de informática, inglês, português, matemática, dança e música, para crianças e adolescentes de abrigos e da comunidade. Segundo o coordenador do Núcleo, Ivan Rocha da Palma Filho, a proposta é ensinar algo mais, visando a profissionalização. “A idéia básica é resgatar os valores e a auto-estima. Queremos mostrar que, independente da situação dele, ele está sendo preparado para enfrentar o mercado de trabalho igual a qualquer outro adolescente. Não é a situação que definirá se ele é mais ou menos”. Para tanto, o coordenador lembra que é importante oferecer também oportunidades de formação cultural e acompanhamento pedagógico. A parceria com o Senai está em andamento e deve se firmar brevemente. Conscientização Ivan observa que um dos pontos primordiais para o sucesso do projeto é a conscientização da comunidade. “Como o Centro Educacional é sem fins lucrativos, é a própria ABCD, as pessoas têm que fazer a sua parte, colaborar como podem, percebendo qual a melhor forma de ser um voluntário. É uma caminhada que só terá sucesso se fizermos como naquela historinha da corrente. Damos as mãos e, quando menos se espera, construímos estradas. Quanto mais usarmos aquela tática do ‘vou tirar o adolescente ou o menos favorecido da rua para que os meus olhos não vejam’, mais vamos afundar. Não é tirar da rua, mas estruturar um projeto, ter um plano de como resgatar a auto-estima do menor, tentar corrigir desvios e colocá-lonum padrão igual ao de todo mundo. Não excluí-lo. E a nossa proposta é inclusão, feita de uma forma simples, com dedicação, amor, compreensão e entendimento”. Ele é mais abrangente ainda: “Com isso poderemos mesmo pensar no problema do aquecimento global. Ao nos preocuparmos com a criança, damos o primeiro passo para resolver esta questão. Não adianta pensar em aquecimento global e esquecer da base, que é a criança”. A previsão é que o Centro Educacional comece a funcional em julho. Quem quiser colaborar, basta entrar em contato com a ABCD Nossa Casa. “Todo tipo de ajuda é bem-vinda. O voluntariado, hoje, no mundo inteiro, se tornou uma peça importante na resolução de problemas porque o voluntário trabalha com amor, e não com cifras”, finaliza Ivan.

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