Colégio Batista é vendido

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Fundado em 1902 com o nome de Colégio Progresso Brasileiro, o Batista era um internato para meninas. A mudança para o prédio atual se deu em 1922, quando a organização missionária americana Junta de Richmond transferiu a administração do Colégio e a responsabilidade pelo término das obras de um imóvel adquirido com recursos obtidos em uma campanha realizada entre os batistas texanos à Convenção Batista Brasileira. Em 1923, o prédio de Perdizes foi inaugurado e o Colégio se transferiu definitivamente, adotando o nome atual. Desde 1939, a responsabilidade pela administração pertence à Convenção Batista do Estado de São Paulo.
“Em 1930 o Colégio passou a ser para meninas e meninos. Durante todo este tempo escreveu uma história muito bonita na cidade”, conta Gézio Medrado, diretor geral do Colégio Batista. “Ele figura entre os melhores colégios da cidade e tem uma linha pedagógica própria em que procura fazer com que os seus ensinamentos baseados em princípios cristãos sejam direcionados para a formação do caráter da pessoa como um todo, e não especificamente preocupado com vestibular”.
Segundo o diretor, na época em que o Colégio foi construído, em uma área de 18 mil m², quando Perdizes ainda era apenas uma chácara começando a ser urbanizada, o momento de vida era outro. “Hoje, 80 anos depois, Perdizes é um dos bairros com o metro quadrado de terreno mais caro de São Paulo. Não podemos ter o luxo de querer ter no bairro uma propriedade como esta, voltada para uma escola. Temos que valorizar a propriedade, usando-a de forma racional. Especialmente pelo fato de que não somos investidores, não aplicamos nossos recursos em propriedades, mas em educação, é que tivemos que rever. Houve um estudo pela mantenedora e um redimensionamento da nossa área foi feito”, explica. É por esta razão que uma parte do imóvel foi vendida e, como diz Gézio, foi a parte mais antiga do Colégio, que é o prédio da frente. Para ele, “isso toca o coração de todo mundo porque foi onde as pessoas viram o bairro crescer. E muita gente que mora aqui estudou nesta parte do Colégio, que é muito querido por causa deste clima familiar e pela tradição. Pais que estudaram aqui trazem os filhos, temos avós que acompanham os netos. Foi doloroso, mas tivemos que ter a coragem de fazer essa transformação. Daqui há alguns anos vão nos cobrar porque este prédio necessita de reformas e vai pedir recursos que nós não possuímos”.
O diretor adianta que, no local do prédio antigo do Colégio, serão construídos cerca de três ou quatro blocos de prédios de oito andares. “A arquitetura destes prédios pretende fazer uma homenagem ao Colégio, conservando também o jardim, que é modesto, mas embeleza o quarteirão da rua Dr. Homem de Melo”, diz. O Batista será transferido para os prédios na parte de trás do terreno, que serão devidamente reformados e modernizados, ocupando a área que vai da rua Monte Alegre até a Ministro Godoy: “Melhoraremos as quadras, teremos uma praça cívica, piscina climatizada, auditório onde pretendemos fazer atividades culturais voltadas para o bairro de Perdizes”. Ele completa dizendo que “serão instalações modernas para ensino. O visual também será mais agradável aos lunos e eles terão um ambiente onde se sintam bem. É o que queremos oferecer”.

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