Ter um corpo saudável e sarado, com músculos definidos e nem um grama de gordura, é um sonho de muita gente. É por isso que as academias vivem lotadas. Mas nem só de exercícios repetitivos vive o corpo. Você já ouvir falar de antiginástica? Não, não é ficar parado sem fazer nada! A antiginástica é um método para aprender a conhecer seu próprio corpo. Daniela Barbosa, fisioterapeuta, já era apaixonada pelo assunto mesmo antes de se formar. Depois da faculdade, ainda se formou em antiginástica e é apaixonada pelo que faz.
“Antiginástica é um trabalho corporal, que não tem nada a ver com ioga, pilates ou tai chi chuan. Não são exercícios, mas sim movimentos para você tomar consciência do seu corpo”, explica. “Exercício é uma repetição, mas o movimento você sente, experimenta e observa”, completa. São movimentos para soltar determinados músculos para que o corpo volte ao eixo dele. “Todos esses movimentos não são feitos aleatoriamente. É tudo baseado na anatomia, na fisiologia e na biomecânica do corpo”, esclarece Daniela.
Por motivos variados – emocionais, educacionais, culturais – o corpo perde seu eixo. Até sapatos o deformam: “Às vezes, os sapatos apertam o pé e obrigam a gente a contorcer o corpo pra sustentá-lo. Ele deforma a base e o resto também”, diz ela.
Daniela tem turmas de três ou quatro alunos, que, por uma hora e meia por semana, aprendem a tomar consciência do corpo e reaprendem a usá-lo. Por exemplo, uma pessoa que torce muito o pé: ela sofre com dores no pé, no tornozelo, e não sabe por que torce o pé. Daniela explica mais: “Então, em determinado movimento do trabalho ela percebe porque torce o pé: ou o joelho roda muito para dentro, ou o pé não tem muito equilíbrio porque pisa mais para fora do que para dentro”. A partir do momento que a pessoa toma consciência, fica mais fácil mudar. “Quando ela não tem consciência, tenta andar mais devagar, por exemplo”, finaliza.
O método foi criado por Thérèse Bertherat na década de 1970. Ela escreveu vários livros: “O corpo tem suas razões, autocura e antiginástica”, “O correio do corpo” (1981), “As estações do corpo” (1985), “A toca do tigre” (1989) e “Quando o corpo consente” (1996), que já venderam milhões pelo mundo.
“Muitas pessoas me procuram porque não suportam exercícios físicos, aquela coisa de repetição, de academia. Elas querem olhar o corpo não de forma mecânica, mas de forma profunda. Tem muita emoção nele”, diz a profissional.