O Espaço Cultural Pyndorama, inaugurado em 10 de novembro, é uma iniciativa da Cia. Antropofágica com o objetivo de desenvolver um trabalho baseado na livre amizade criadora, sem a menor coação externa, e assim atender a uma grande necessidade do teatro de grupo na cidade de São Paulo: possibilitar um espaço sustentável capaz de dar continuidade à pesquisa e criação artística e formar um público sempre presente.
O Pyndorama nasceu da necessidade da Cia. Antropofágica de ter um espaço para desenvolvimento de seus projetos. “Esta já é a segunda edição do Pyndorama. Buscamos um espaço em Perdizes pois já atuamos na região faz tempo. Ensaiávamos no Parque da Água Branca e no Tendal da Lapa, onde ainda temos uma oficina”, diz Diogo Marques, sócio de Thiago Reis Vasconcelos no Espaço.
O Pyndorama apresenta dois espetáculos: um para crianças e outro para os adultos. Bombom, O Lobinho Mau é um musical infantil que traz divertidas e atrapalhadas peripécias do grande lobo mau, inconformado com seu moderno ‘filhobinho’, que se recusa a seguir as tradições familiares. Com músicas ao vivo e brincadeiras, o espetáculo procura mostrar que, por maior que sejam os conflitos, o diálogo é sempre a solução mais inteligente. Bombom, inteligente, esperto, extremamente argumentador e muito sociável, convive de forma normal e pacífica com outros animais que num passado recente seriam considerados seus inimigos e, por que não, suas presas. O espetáculo trata de questões menos abstratas e mais próximas do cotidiano real das crianças. O espetáculo Bombom, o Lobinho Mau é recomendado para crianças acima de 3 anos, mas é dedicado às crianças de todas as idades. O objetivo principal é fazer cada criança sonhar, vibrar, se divertir. A produção é Nosso Grupo de Teatro, da Cooperativa Paulista de Teatro. No elenco, Eddy Stefani, Vitória Ângela Silva, Paolo Perillo, Carolina Parra, Igor Constantinov, Ruth Melchior.
Já os adultos podem se divertir com o espetáculo Os Náufragos da Rua Constança: homo capitas no sapiens. Livremente inspirado no filme O Anjo Exterminador de Luis Buñuel, o espetáculo foi escrito por Diogo e Thiago. Um banquete numa mansão é servido aos convidados que, encantados, não percebem a prisão estabelecida: homo capitas no sapiens. Misteriosamente, a partir dessa noite, ninguém entra ou sai. Ficam confinados sem encontrar o motivo que os impeça de partir. Daí, se apresenta um reality show surreal-antropofágico, deflagrando uma série de acontecimentos reveladores que derruba as máscaras da ética e moral burguesa.
Para 2008 o projeto da Cia. Antropofágica é comemorar os 80 anos do Movimento Antropófago, de Oswald de Andrade. Aguarde!