Para onde vamos?

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No papel de um palestrante, o próprio Tas dá a deixa para a projeção de suas antigas reportagens. Com a ajuda de duas Vareletes, o personagem navega por esse acervo histórico para tentar entender, com o público, aquelas dúvidas fundamentais: quem somos, de onde viemos, para onde vamos? Franzino, de óculos vermelhos (sua marca registrada) e microfone em punho, Varela aborda e instiga personalidades, sobretudo políticos como Paulo Maluf. A entrevista com o vice-presidente da CBF e deputado federal Nabi Abi Chedid é um dos momentos mais cômicos da peça, embora Tas tenha sua preferência pela reportagem sobre o teleprompter, na qual Varela vai às ruas do Rio de Janeiro mostrar à população como se fabrica um político. “O video foi feito para a TV Globo em 1998 e ficou arquivado. Duvido que alguém volte a ver televisão e cair no blablablá dos políticos depois dele”, diz o jornalista, agora autor, diretor e ator de teatro. Tas conta que o que o fez montar a peça foi a resposta super positiva de palestras que deu em colégios e faculdades apresentando os videos do Varela.
Em “A história do Brasil…”, construído com base em um gigantesco quebra-cabeças eletrônico, ele trata de assuntos importantes e sérios da história com humor, sem cair no escracho. “Penso que o humor nos ajuda a olhar para o mundo com distanciamento. É um exercício muito saudável olhar para o Brasil além desse noticiário que nos bombardeia todos os dias”, observa.
O espetáculo acontece na efervescência da campanha eleitoral para presidente da República e para alimentar a discussão em torno do tema toda quinta-feira acontece um debate após a apresentação. “A eleição de um presidente que pode ser crucial no posicionamento do Brasil neste mundo globalizado torna os debates quentes. O público pode questionar e falar de coisas que não estão sendo discutidas na tevê e na mídia em geral”, finaliza.

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