Reduto dos teatros

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A história do teatro se confunde com a história da humanidade. A arte de representar tem origem nas situações vividas pelo ser humano que, por culto, religiosidade, louvor, prestígio, entretenimento ou simplesmente pela arte expressa seus sentimentos em um mundo de fantasia muito parecido com um mundo real. O mundo evolui e a arte de se representar acompanha essa evolução.
Aqui na região de Perdizes e Pompéia não é diferente. Os bairros vêm se tornando um pólo de escolas e espaços destinados aos estudos e apresentações das artes cênicas, ficando atrás, talvez, apenas do bairro da Bela Vista, região central de São Paulo. Opções não faltam e se adaptam a cada tipo de necessidade: seja para profissionais do teatro, artistas amadores, estudantes ou espectadores.
Entre as escolas de formação profissional de atores o Indac é o mais tradicional. Desde 1981 dedica-se ao ensino e pesquisa da arte do ator, seguido pelo Studio Beto Silveira, fundado nos anos 1990 e por onde já passaram Ana Paula Arósio e Débora Secco, e o Centro de Artes Cênicas do Tuca (CAC) que ministra cursos há 12 anos e também empresta os palcos do Teatro Tuca, desde 1965, para encenações de diferentes atores e companhias profissionais como “A Entrevista”, de Samir Yasbek, atualmente em cartaz. O Teatro FAAP oferece cursos de interpretação para jovens e adultos e está em cartaz com o espetáculo “A Serpente”, último texto escrito por Nélson Rodrigues e que traz a atriz Débora Falabella no elenco.
Lazuli Arte y Cultura, Espaço Cultural Arte Gullik, Espaço e Força Cultural Brasileira, Studio das Artes e Teatro do Centro da Terra – situado 12 metros abaixo da superfície terrestre – oferecem oficinas, workshops e cursos livres. Eventualmente realizam mostras de teatro. O Sesc Pompéia já ofereceu cursos de teatro, mas este ano ainda não abriu novas turmas e dedica-se a apresentar shows e espetáculos produzidos fora da instituição. Já o Teatro Plínio Marcos tem uma proposta diferente que é dar oportunidades para diretores e atores que estão iniciando a carreira se apresentarem em um espaço com infra-estrutura adequada e sem burocracias. Proposta similar tem o Espaço 10X21, com a diferença que artistas de outros segmentos também podem utilizar as salas; seja para ensaios ou apresentações. Os grupos que gostam de explorar novos cenários e possibilidades para seus espetáculos costumam optar pela Casa das Caldeiras, que dispõe de inúmeros ambientes rústicos e espaçosos além de uma casa inteira em seu terreno, chamada de a Casa do Eletricista onde, em 2003, foi encenada a peça “A casa de Bernalda Alba”, clássico de Federico Garcia Lorca.
Estes espaços comprovam que o modo peculiar de contar histórias calcada no comportamento humano e nas riquezas ao seu redor, muitas vezes ignoradas pelas pessoas, capaz de promover transformações ideológicas, mantem-se como um rico meio de cultura e entretenimento, além de projeto de vida de muitos jovens e adultos que procuram a região para satisfazerem seus anseios e desejos.

História

Para entender porquê o teatro exerce este fascínio vale a pena voltar no tempo: o homem pré histórico já utilizava a arte de representar, em favor de seus deuses misteriosos, nos rituais de antropofagia, danças para o fogo ou para a chuva, na simples demonstração que o macho supremo deve fazer, impondo respeito diante dos outros machos estufando o peito e dando gritos de ordem… Ou seja, a representação de um personagem, a imitação de outro ser, como diz Aristóteles, “é uma prerrogativa do próprio homem”.
Da Tragédia Grega, onde os atores utilizavam máscaras e túnicas para interpretar seus personagens dramáticos que aclamavam os deuses; passando pela Commedia Dell’Arte, com seus trajes carnavalescos, alegria, e personagens como Arlequim e Colombina; até William Shakespeare, com seus textos ricos, poéticos e dramáticos, a arte do teatro sempre esteve e permanecerá presente em nossa sociedade.
No Brasil, os dados mais antigos sobre atividades teatrais se referem aos autos religiosos que o padre José de Anchieta escreveu para auxiliar na catequese dos índios. Atualmente a mais grandiosa produção teatral brasileira é a Paixão de Cristo, encenada todos os anos, desde 1968, na semana santa em Pernambuco, na cidade cenográfica de Nova Jerusalém, o maior teatro a céu aberto do mundo, com 70 mil metros quadrados de extensão. Na encenação participam centenas de atores e figurantes, assistidos por cerca de oito mil espectadores.
Nem mesmo o cinema e a televisão prejudicaram a popularidade do teatro, cujo Dia Universal é comemorado em 21 de março. As instituições públicas têm procurado dar incentivos à divulgação e produção, viabilizando a apresentação de peças acessíveis às massas, e vários grupos profissionais e amadores no País inteiro levam à cena peças de todos os gêneros, algumas vezes em praças públicas e locais com acesso grátis para possibilitar, ao público em geral, um maior contato com o teatro (para muitas pessoas, o primeiro). Vale a pena ficar atento à programação oferecida na região (Confira o Roteiro).

Fontes:
www.cinefilosalagoanos.org
geocities.yahoo.com.br/poligonal2000/historiadoteatro.html

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