90 anos de Oberdin Cattani

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Foto:

Oberdan, de branco e agachado, fez 351 jogos pelo Palestra/Palmeiras

Grandes goleiros sempre foram tradição no
Palmeiras. Marcos, atual goleiro e pentacampeão mundial, é um exemplo.
Do antigo Palestra e depois Palmeiras, Oberdan Cattani, o Muralha
Verde, é outra lenda entre os goleiros que passaram por lá. No dia 12
de junho, ele completou 90 anos. E o clube fez uma festa em sua
homenagem.
Oberdan sempre gostou de atletismo e jogar no gol.
Começou no futebol jogando pelo São Bento de Sorocaba, cidade do
interior paulista onde nasceu e era torcedor do Palestra, que anos mais
tarde passaria a ser chamado de Palmeiras. Conta que, naquele tempo,
trabalhava como motorista de caminhão e viajava de Sorocaba até o
Mercado da Cantareira para trazer produtos da região. Na volta, parava
no Parque Antártica a tempo de assistir ao treino do clube.
Em 1941,
um irmão o levou para fazer um teste no Palestra. Entre 13 outros
goleiros, foi o único a ser escolhido, como narra Orlando Duarte no
livro “Alviverde Imponente” que conta a história do clube. Osni
Ferrari, lançou, em 2004, o livro “A Muralha Verde”, que conta a vida
de Oberdan.
Diz Oberdan, “que naquela época ser jogador de futebol
era uma profissão que pagava pouco”. Conta que, quando assinou com o
Palestra, “ganhava o mesmo que tirava como motorista”. Sorte dos
palestrinos, pois por mais de uma década ele foi titular absoluto do
gol do clube, que defendeu em 351 jogos entre 1945 e 1954. A única
mágoa que diz ter é “que recebi convite para jogar no Chile e no México
e o então presidente (que ele não cita o nome) me convenceu a ficar e
depois me mandou embora”. Dos adversários, a Portuguesa de Desportos
foi o clube que mais deu dor de cabeça. “Eles perdiam para os pequenos
e ganhavam dos grandes”. Encerrou a carreira defendendo o Juventus,
clube da Mooca.
Depois do futebol, teve uma empresa que comercializava sucatas. Morador há décadas da Pompeia.
Casou
com D. Marcília, seu grande amor e já falecida, que lhe deu três
filhos: Walkyria, Oberdan Junior e Mônica. “E avô de três netos e um
bisneto”, diz orgulhoso. Ele sempre é visto no clube onde é querido por
novos e antigos torcedores. Merecidamente.

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