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Após esperar pacientemente por dois anos
uma brecha na agenda presidencial, o jornalista e escritor Audálio
Dantas conseguiu, em julho de 2009, passar uma manhã ouvindo as
histórias da infância do presidente Lula. Do relato e mais as
informações que o autor já havia reunido, deu origem ao livro “O Menino
Lula” (Ediouro, 2009). “O Lula topou logo quando eu fiz a proposta. O
que demorou foi o nosso encontro para ele falar da infância dele”,
conta Audálio.
Ao contar a história do menino Lula, o jornalista dá
sequência a uma série de outras histórias de infância que teve início
com o livro sobre a infância do escritor alagoano Graciliano Ramos.
“Amigos me incentivaram a escrever sobre o menino Graciliano. Achei que
seria difícil. Mas descobri que para escrever para as crianças basta
ser direto e claro”. O livro ganhou o prêmio da Fundação Nacional de
Literatura Infantil e Juvenil. A seguir, vieram as biografias de
Maurício de Sousa, da escritora Ruth Rocha e do ilustrador e também
escritor Ziraldo.
O livro de Lula, não tem nada de infantil. Audálio
relata uma infância dura e com as muitas privações que Lula teve. Entre
elas, a viagem no pau-de-arara do sertão pernambucano até chegar em São
Paulo com a mãe e os irmãos revela a saga de muitos imigrantes que
vieram ao sul do país na esperança de conseguir uma vida melhor. “A
história do menino Lula e sua trajetória até a presidência é uma
história de superação, sem igual no mundo”, resume o autor. No final do
livro, há uma série de fotografias antigas de Lula e sua família.
Alagoano,
Audálio vê alguma semelhança em sua história e a do presidente. “Somos
nordestinos que imigraram para São Paulo, mas a minha família tinha uma
melhor estrutura que a dele”, explica. Para ele, a intimidade com o
sotaque nordestino facilitou na hora de interpretar com exatidão alguns
termos usados pelos personagens na história de Lula.
Morador de
Perdizes, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e
ex-deputado federal, Audálio conhece Lula desde os tempos em que ele
despontava como líder sindical. Atualmente, finaliza a biografia do
jornalista Wladimir Herzog, que foi vítima da ditadura militar. O
lançamento está previsto para o final do ano.
