O futebol feminino no Brasil está crescendo, felizmente. Craques como Marta, Formiga, Cristiane já deram ao país cinco medalhas olímpicas. E abriram espaço para o crescimento da modalidade. Elas são boas de bola.
Com o crescimento e interesse pelo futebol, muitas meninas estão em busca de novos espaços para poder praticar o esporte que querem praticar. Essa mudança é bem vinda e apesar das dificuldades e pouco incentivo, a modalidade está crescendo.
Uma prova de que elas estão merecidamente conquistando seu espaço é a inclusão de 16 equipes de futebol feminino na próxima edição da Copa Amstel Playball de Futebol Sete que tem início em 19 de fevereiro e as finais estão programadas para acontecer em maio, com jogos aos sábados nas quadras da Playball Pompeia, complexo esportivo com 16 campos de futebol sete com grama sintética e toda a estrutura para quem quer jogar futebol, incluindo estacionamento, vestiários, sauna, serviço de bar, ambulatório médico.
Segundo Mateus Lemos Rodrigues, organizador do evento da Playball Pompeia, “a copa terá cerca de 120 equipes e é dividida em equipes masculinas, veteranos (acima de 35 anos) e 16 equipes de futebol feminino, que antes disputavam um torneio a parte até o semestre passado”. Mateus destaca que a copa “é um campeonato muito importante e é uma referência no futebol soçaite de São Paulo”. O número exato de equipes ainda não estava definido até o fechamento desta edição do GDPP.
Para Mateus o futebol feminino está sendo a cada dia mais popular e cita que várias equipes de meninas locam suas quadras semanalmente para jogar futebol entre as integrantes e também jogar amistosos com outras equipes femininas. “Elas, assim como os meninos, buscam diversão e bater uma bola para relaxar e se exercitarem”.
Quem confirma isso é Dani Navarro, coordenadora e jogadora de defesa do Awen Pompeia, que vai participar mais uma vez da Copa Playball com duas equipes. “Nosso time começou com 25 jogadoras em 2018 como futebol feminino do Roleta Russa, conhecida equipe de futebol masculino do mundo do futebol sete. Nós éramos a equipe Roleta Russa das Minas, mas achamos melhor seguir em frente de maneira independente e daí surgiu o Awen, que em língua celta significa inspiração e representava a harmonia entre os integrantes das tribos”. O uniforme do time tem as cores e lembra o Paris Saint Germain.
Atualmente, o Awen reúne mais de 200 meninas com idades de 19 anos até 43 anos, informa Dani. “Temos jogadoras de várias regiões da cidade, mas boa parte delas é da zona Oeste e treinamos semanalmente no Ipiranga, Vila Prudente, Santo André e nas quadras da Nossa Arena, espaço com quadras e localizado na Pompeia, vizinha ao Playball”.
A equipe do Awen é experiente. Já participou de vários campeonatos e Dani destaca o recente vice-campeonato no torneio no Playball, que aconteceu no segundo semestre de 2021. Por conta da pandemia, os times ficaram alguns meses sem atividade, mas aos poucos vão retomando o ritmo e informam que procuram tomar todos os cuidados e precauções. O mesmo cuidado que a Playball Pompeia promete ter no evento que estão organizando.
Para Dani, a maioria das integrantes do Awen jogam pelo prazer de jogar futebol. Mas “temos algumas jogadoras que jogam muito bem e estão tentando galgar o profissionalismo”. Ela afirma que o interesse pelo esporte por parte das ‘minas’ é crescente e o Awen pretende em breve criar uma categoria de base para receber meninas a partir de nove anos para jogar futebol. “Atualmente, as garotas que querem jogar futebol, acabam entrando em times mistos, onde os meninos são maioria”. A própria Playball Pompeia tem uma escolinha de futebol a partir dos nove anos e as meninas que quiserem praticar o esporte jogam juntas com os meninos. “Ainda não há meninas suficientes para criar uma turma só para elas”, explica Mateus.
“O futebol feminino ainda sofre de preconceito e machismo”, lembra Dani. Muitas vezes enquanto jogamos, os torcedores ficam “pegando no pé das nossas jogadoras e isso tira a confiança das atletas, sem dúvida. Hoje não ouvimos as mesmas bobagens de tempos atrás, ainda é preciso, quando há exagero, que a gente vá até eles para conversar e pedir que peguem leve com as meninas. Geralmente, dá certo”, afirma. “Nós temos diferenças físicas em relação aos homens, mas sabemos jogar futebol e tem muita menina com talento para integrar qualquer time do mundo, veja a Marta e outras jogadoras brasileiras que estão em times fora do Brasil. Felizmente, a mentalidade da torcida e dos patrocinadores está mudando e o futebol feminino tem tudo para continuar a crescer e ser popular”, encara o futuro com otimismo.
Craques bem sucedidas são exemplos e inspiração para as meninas que gostam e querem jogar futebol. Os clubes profissionais por exigência da CBF e federações de futebol formaram e mantêm equipes de futebol feminino e o resultado está dando certo. Recentemente a equipe feminina do Corinthians se sagrou campeã e a torcida lotou a Allianz Arena. É bom respeitar as ‘minas’! (GA)
Playball Pompeia, Avenida Nicolau Boer, 66, Pompeia, Telefones 3611-5519 e 3611-5518, www.playball.com.br, Instagram — @awen.fut7