Uma rua “do barulho” em constante mudança.
A professora de yoga Walkiria Guida Pimenta Leitão, que mora e dá aulas da prática na Desembargador há cerca de 40 anos, diz que gosta muito de sua casa, tanto pela localização quanto pela energia que tem, e que não a troca por nada. “Antes não existiam prédios, só casas térreas e terrenos com muitas árvores. Eu podia até tomar banho de sol no quintal de minha casa, o que hoje já não é mais possível. Os vizinhos se conheciam e conversavam mais, mas creio que ainda hoje exista muita gente daquela época, os quais ainda acompanho enquanto envelhecem (tanto eles, quanto eu, claro). Eu continuo aqui com meu trabalho e meus estudos”, declara.
Walkiria lembra que desde que se mudou para a rua, ela já era asfaltada e os vizinhos viviam se encontrando para conversar. Ela recorda ainda que há 40 anos existiam muitas chácaras, principalmente na região onde hoje é a rua Diana. “Na Desembargador, fazíamos até uma festa caipira que durou muito tempo… mas isso foi se perdendo. O barulho também foi aumentando pouco a pouco. Tive até de adaptar a sala que dou aulas, isolá-la um pouco, e deu certo”, comenta.
Uma curiosidade sobre essa rua é que ela foi oficializada pelo Ato 1.631, de 15/09/1921 e homenageia José Maria do Vale Júnior, político nascido em Florianópolis (SC) a 25 de maio de 1835. De acordo com o blog “História de São Paulo” (http://historiadesaopaulo.blogspot.com.br/), ele foi desembargador no Rio e foi depois transferido para o Tribunal de São Paulo, onde se aposentou em 1893. Foi um dos fundadores do Instituto Pasteur (1903) e morreu na capital, a 29 de março de 1914, aos 79 anos.
Fotos: Nanci Dainezi