Projeto desenvolvido pela Ong CineMaterna leva para a mesma sala de cinema mães com crianças de até 18 meses de idade.
Nasceu Anna Karuna. Como ocorre com a maioria das mães, o repertório da engenheira Taís Viana ficou reduzido a fraldas, cólicas, crescimento do bebê… Taís encontrou na internet companhias para falar sobre o mesmo assunto. De papo em papo, marcaram um encontro para discutirem coisas simples da vida, esquecidas com o nascimento dos filhos. Uma das mães sugeriu “invadirem” uma sessão de cinema em grupo, incluindo os bebês. “Achávamos que, se fôssemos em mais de dez pessoas, não seríamos barradas. Foi o que aconteceu”, conta ela. Da singela aventura, nasceu outro filho: CineMaterna, idealizado por Taís e pela administradora de empresas Irene Nagashima.
O projeto possibilita a mães de bebês de até 18 meses assistirem a filmes que estão em cartaz em salas especialmente preparadas com o ar-condicionado e som reduzidos e iluminação mais elevada. No mesmo espaço são disponibilizados dois trocadores.
O CineMaterna ocorre atualmente em vinte e três cidades e em 50 salas de treze Estados do Brasil. O evento vai completar cinco anos de atividade. Na primeira sessão, que contou com a participação da Anna, filha de Taís, já com o projeto, o filme em cartaz foi o italiano “Meu Irmão é Filho Único”, do diretor Daniele Luchetti. No Cine Bourbon Pompeia, o projeto estreou com o documentário “Bebês”. Nele, o documentarista francês Thomas Balmès mostra como se dá a criação de filhos na Mongólia, Japão e Estados Unidos. No final de cada evento, há tempo para uma conversa em local definido por todas.
No encontro, as mães podem mostrar que não estão desatualizadas com as indicações para o Oscar 2013, pois os filmes a serem assistidos são escolhidos de acordo com o que está em cartaz. “As mães entram no site do CineMaterna e fazem a seleção. O mais votado é o eleito”, explica Taís.
Antes do carnaval, uma surpresa: o pai, Geder Oliveira, acompanhava a esposa, Erika, e o filho Davi, de quatro meses, para ver “Lincoln”, de Steven Spielberg. “Quando o assunto é cinema, somos cúmplices”, brincou. Na saída, ele contou que gostou do filme e que o filho ficou quietinho.