Ao passar pelo Viaduto
Doutor Arnaldo no sentido Sumaré, é possível notar que uma das laterais
(sentido Alfonso Bovero) foi toda grafitada. O autor deste trabalho é o
artista plástico Marcelo Zuffo, morador de Perdizes e que trabalha com
grafite desde 2008.
A intervenção no viaduto fica exposta até o
final de fevereiro e Marcelo deu o nome de “Margaridas de Concreto”. A
obra teve o apoio da Subprefeitura da Lapa e da Emurb.
Marcelo é
formado em artes plásticas pela Faap e atualmente faz mestrado na USP.
Além de artista plástico, é coordenador pedagógico do Colégio Miss
Brown.
Da ideia do projeto até o início da obra foram algumas
semanas. Ele apresentou o projeto e teve que passar por todos os
trâmites para obter a autorização para colocar os sprays em ação.
O
tempo instável de dezembro também contribuiu para algum atraso. “Com
chuva não dá para grafitar” lembra o artista, que fez o grafite no
viaduto no tempo que tinha disponível entre os seus outros trabalhos,
incluindo a encomenda de um grafite em um apartamento na região da
Paulista.
Com a conclusão do painel, Marcelo diz: “espero que as
pessoas curtam o meu trabalho, sejam eles passantes ou quem estiver
dentro dos veículos”. O grafite será apagado ao final da exposição.
Marcelo vai pintar de branco toda a murada do viaduto e deixará o
espaço conforme encontrou.
Para ele, “a intervenção artística
através do grafite deixa a cidade mais bonita e as margaridas urbanas
são uma mostra do organismo urbano, vivo e planetária da cidade”.
O
mural do viaduto é cheio de detalhes e formas geométricas. Tem trechos
coloridos e outros no básico branco, preto e cinza. Por ser uma obra
efêmera, Marcelo não o entristece ou o aborrece. “Já estava previsto
que não seria duradouro”.
Os grafites de Marcelo não se limitam ao
espaço público. Tem trabalhos seus, com a mesma técnica, dentro de
empresas e residências. No final de dezembro, grafitou um mural com
símbolos de São Paulo (Masp, Edifício Copan entre outros) em um painel
do Sampa Hostel, um albergue que fica na Vila Madalena. “É uma espécie
de quebra-cabeças onde quem conhece São Paulo pode achar os símbolos
arquitetônicos da cidade”, define o artista, sua obra.
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