Crescendo com o bairro

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A Igreja Batista em Vila Pompéia está completando 75 anos de existência. Tudo começou em 1931, mas só em 1933 é que, oficialmente, ela foi criada, na garagem de uma casa na avenida Pompéia, 56, da família Saraiva. Em 1982 foi comprado o terreno onde agora ela está, num imóvel grande, recém-construído, para abrigar os fiéis e muitas obras sociais. Há 21 anos o pastor Neilson Brito, recifense, morador do bairro, comanda a igreja.
“Era uma congregação, quando o bairro tinha uns 10 anos. Muitos grupos religiosos surgiram durante todos esses anos, mas ela conseguiu perseverar e se manter, porque foi uma igreja que sempre educou, estimulou a educação”, conta. No começo, ela foi freqüentada por gente muito simples, como lavadeiras e funcionários públicos. O bairro tinha uma classe social melhor (lado de Perdizes) e um lado mais simples (Pompéia). A igreja passou por várias fases junto com o País, como a Revolução de 1932, a Segunda Guerra Mundial, a Revolução de 1964, e sobreviveu a todos esses problemas.
“Eu creio que o grande marco foi na educação, na preservação de vidas de pessoas que vieram de famílias muito simples e que estudaram e formaram os filhos. Teve um grande número de espanhóis na igreja, que eram gente simples, mas foram aqui educados, principalmente durante o pastorado do Dr. Djalma Cunha, que ficou por 23 anos. Ele era um homem muito erudito e incentivou esses estudos”, relembra Neilson.
Atualmente, o pastor desenvolve vários trabalhos sociais. “Temos um trabalho chamado Centro para a Criança e o Adolescente, que já tem 13 anos. Estamos iniciando um projeto-piloto na área de alfabetização para adultos, cedemos espaços para oficinas de concursos públicos, de informática, bordado. Sou educador acima de tudo”, diz ele. A creche atende 80 crianças, com café-da-manhã, almoço e lanche da tarde. Seu sonho é abrir, à noite, um programa com psicólogos, psiquiatras e pastores, para que as pessoas conversem, sem envolver dinheiro. “Quero tornar a igreja relevante no bairro, não por proselitismo, mas para que as pessoas sejam atendidas como nome, não com número”. Para freqüentar os cursos oferecidos, não é preciso ser da religião”, finaliza.

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