Arte que vem da tribo

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A cultura indígena é sempre lembrada em 19 de abril, quando se comemora o Dia do Índio. No entanto este povo, das mais diferentes etnias espalhadas pelo País, luta para manter seus costumes e viver dignamente não apenas nesta data. Uma das formas de subsistência da tribo é o artesanato e uma amostra do que é confeccionado pode ser conferida aqui na Pompéia, na loja Luz de Lis, que oferece o trabalho feito pelos índios da aldeia Kariri-Xocó.
Os Kariri-Xocó nasceram da união dos índios Kariri (rio), que viviam nas margens do rio São Francisco, com os Xocó (mar), oriundos do litoral de Alagoas há cerca de 100 anos. Atualmente com uma população estimada de 2000 pessoas, vivem no município alagoana o de Porto Real do Colégio, e o cotidiano da aldeia é muito semelhante aos das populações rurais de baixa renda que vendem sua força de trabalho nas diferentes atividades agropecuárias da região, mas preservando seus rituais de cura e proteção. Para isto, contam com uma série de indumentárias como cocares, colares e saiotes de palha que comercializados também ajudam no sustento do grupo.

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Para produzir este artesanato, os Kariri-Xocós utilizam elementos naturais e plantas medicinais como semente de açaí e pau-brasil, dentes de boto, penas de aves, madeiras resistentes ao fogo… “Cada pena de ave tem um significado: os cocares servem para guiar nosso pensamento, mas os feitos com penas de araras são para apresentação de cantos e danças para o público. Colar com pena de coruja nos protege à noite. Plantas como juncha nos prepara para o inesperado”, exemplifica o índio Takaí (ave), cujo nome de registro é Antônio da Silva Neto, ex-técnico do meio ambiente da Secretaria Municipal de Cultura e atual militante, como ele mesmo se designa, das causas do seu povo.
Paus de chuva (de efeito terapêutico), arcos e flechas, cachimbos, zarabatanas, maracas, flautas e anéis de coquinho, filtro dos sonhos (adaptados dos índios americanos) também estão disponíveis na Luz de Lis. Antes de chegarem à loja, Takaí garante que são todos benzidos para potencializar seus significados e proteger quem usa-los. “Somos pessoas de fé”, finaliza.

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