Sabe aquela xícara de porcelana inglesa que era da sua avó e lascou? E aquela tela com uma natureza morta linda que você herdou do seu pai e rasgou? Não se desespere. Ainda existem bons restauradores para essas coisas. As amigas e artistas plásticas Rosmeire Fusco e Marcia de Oliveira são duas excelentes restauradoras. Há 25 anos na profissão, têm muitas histórias para contar.
Elas restauram pinturas, telas, bronzes, biscuit, santos, cristais faltando pedaços, porcelanas. “Se falta um pezinho, refazemos com resinas importadas”, diz Marcia. “A porcelana pode estar quebrada em 500 pedaços que a gente a deixa inteira, e maravilhosamente bem”, diz Rosi, como é chamada, que fez vários cursos na Europa e outros tantos aqui no Brasil, “porque é importante para conhecer materiais e técnicas novas”, ressalta.
Nesse mercado, que muitos acreditam ser só para quem tem obras de arte valiosas, aparece muito objeto antigo, de valor sentimental imenso. “Não tem problema se não custa mil dólares, se custa cem reais. A qualidade de restauração é a mesma”, diz Rosi. Antigamente muitos antiquários procuravam as restauradoras, agora é mais público em geral e de todas as classes sociais.
As amigas têm um jeito todo especial de tratar cada peça. “Uma xícara que quebrou a haste ou pratos ‘picados’, a gente restaura só onde está quebradinho. Não usamos muito material tóxico, tentamos restaurar o menos possível”, explica Marcia. Elas também refazem a pintura da porcelana: “Não é só colar. Usamos aerógrafo, pincéis com pêlo de marta. É um trabalho artístico, de paciência”, completa Marcia. E se for uma tela? “Se tiver um rasgo de 15 centímetros, por exemplo, demoramos um mês e meio, porque precisamos fazer um tratamento para remoção de fungos, do verniz antigo, às vezes temos que reidratar”, diz Rosi. “Também fazemos limpeza de telas: tirar poeira, para aparecer mais a cor, isso também é restauração”.
Elas dão uma dica valiosa para quem quer limpar os quadros em casa. “Nunca use produtos tipo alvejantes ou limpadores instantâneos para limpar uma pintura. Só um pano úmido, bem torcido, começando no cantinho da tela, em movimentos circulares, bem de leve. Se começar a sair tinta, pare imediatamente”, explica Rosi.
