Crises da adolescência

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A adolescência é um momento conturbado, para meninas e meninos. São muitas as transformações emocionas e físicas que os deixam fora do prumo. A Secretaria de Estado de Saúde do Hospital das Clínicas divulgou recentemente uma pesquisa que mostra a insatisfação de meninas de 10 a 20 anos com seus corpos. Das 45 adolescentes pesquisadas, 67% não gostam do próprio físico, e as outras 37% sentem vergonha do corpo que têm.
Na Escola Bakhita os alunos são acompanhados pelos professores e coordenadores durante estes momentos de dúvida e insegurança. “Trabalhamos com conteúdo curricular onde eles estudam as mudanças do corpo na adolescência e o comportamento. Na quarta série eles estudam o sistema reprodutor, que é onde vêem um pouco da puberdade, embora muitos ainda não tenham passado por isso”, explica Valquíria Ap. Pereira da Silva, coordenadora do Ensino Fundamental 1. Segundo ela, é por volta dos 11, 12 anos de idade que eles começam a sentir as mudanças. “Notas-se a diferença de comportamento no recreio, por exemplo. E é nesta fase que começa a diferenciação entre meninos e meninas, eles formam grupinhos. As meninas começam a se interessar pelos meninos mais velhos, e não pelos da idade delas”.
Valquíria diz que, apesar dos conflitos, a vaidade nesta fase é crescente. Tanto que a escola trabalha a questão da higiene. “As meninas trocam de roupa na hora da educação física, já que vêm pra aula de calça jeans. Tanto elas como eles pintam os cabelos; elas vêm maquiadas, querem se diferenciar”, diz. No entanto, é preciso tomar cuidado com os excessos, se o adolescente come demais ou se pára repentinamente de comer, por exemplo. “As meninas principalmente buscam o corpo ideal, querem que a calça de uma sirva na outra. Isso precisa ser observado”. Tanto sim que a escola tem realizado palestras para os pais. Uma delas foi sobre obesidade. “Temos atentado muito para essa questão da alimentação”, complementa a coordenadora.
Outro ponto trabalhado pela Bakhita é a liberdade de expressão. Os alunos têm direito a questionar as regras, mas sempre com consciência de seus limites e de que podem ser atendidos ou não. “Criamos o Plenário, uma atividade onde os alunos escolhem um assunto para ser discutido, desde se pode ouvir música ou não, até o sinal da escola. São discussões muito pertinentes. É uma idade em que eles precisam falar e essas atitudes precisam ser trabalhadas agora”, observa Valquíria.

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