Questão de comportamento

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A agressividade infantil tem deixado pais e professores cada vez mais em alerta. Muitas crianças em idade escolar apresentam um comportamento agressivo normal, porém, é preciso observar em que ponto as atitudes agressivas passam a ser consideradas distúrbios de comportamento. Esta também é a raiz do “bullying”, todo tipo de comportamento agressivo que ocorre sem nenhuma razão aparente, cada vez mais freqüente entre as crianças e adolescentes.
“Desde o início da idade escolar, quando a criança está na fase do maternal, a agressividade é até esperada”, diz Karen Kaufmann Sacchetto, pedagoga e diretora da Escola São Gabriel. “Uma criança que morde o amiguinho até dois anos de idade, não pode ser rotulada como agressiva. Ela ainda não sabe usar a linguagem verbal e a linguagem corporal acaba sendo mais eficiente. A criança nesta fase é egocêntrica e acredita que o mundo funciona e existe em função dela. A intenção da criança, ao morder ou empurrar, é obter o mais rápido possível aquele objeto de desejo, já que não consegue verbalizar com fluência”, explica a pedagoga. Segundo ela, “esta fase de disputa é natural e quanto menos ansiedade for gerada, mais rápida e tranqüilamente será transposta”. Porém, pais e professores não podem ficar passivos a este tipo de comportamento.
Outro ponto é que a agressividade aparece também em reação a uma frustração. É neste momento que acontecem as birras, gritarias e chutes, comportamentos comuns, mas que devem se amenizados até serem extintos, ou seja, deve-se explicar às crianças que este não é um comportamento adequado. Outro fator que propicia o desenvolvimento do comportamento agressivo é o meio ambiente em que a criança está inserida: família, escola e estímulos recebidos por meios de comunicação; e também fatores como sexo e hereditariedade. “Os meninos têm um comportamento mais físico e as meninas, mais moral. Então, o menino agride dando chutes e pontapé. Já a menina vai mais para o lado da fofoquinha”, diz Karen, lembrando que esse tipo de comportamento quando exacerbado passa a ser chamado de “bullying”, muito recorrente na adolescência.
“Geralmente, o bullying é identificado na escola. Nem sempre os pais percebem que seu filho está sendo alvo deste tipo de comportamento, pois a criança costuma esconder o que está acontecendo”, observa. Apelidos depreciativos, assédio, gozações e ameaças são apenas alguns tipos de bullying. E a criança que está sendo vítima destas agressões geralmente apresenta mudança de comportamento, péssimo humor, insônia, ansiedade excessiva, entre outros. “Os pais precisam saber como agir, porém não devem expor seu filho perante os outros. Pode-se identificar o problema em todos os níveis escolares, da educação infantil à faculdade, em escolas privadas ou públicas, rurais ou urbanas. O que mais assusta é que as proporções que o problema tem tomado são cada vez mais preocupantes. Hoje é comum ouvirmos relatos de adolescentes que chegam a atos extremos por discordar de posturas e valores dos colegas de classe”.
Para solucionar este problema, Karen lembra que é preciso um trabalho da escola com os pais e o aluno. “Trabalhar valores morais éticos como solidariedade, cooperação, amizade, reciprocidade, dentre outros. É muito importante detectar e combater o comportamento agressivo ainda na primeira infância”, completa.

Fonte: Artigo “Agressividade infantil”, de Karen Keufmann Sacchetto

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