Reaprendendo a amar

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Um dos grandes problemas que atinge a mulher hoje, independente de classe social, raça ou situação financeira, é a depressão pós-parto. Este tipo de depressão, que em alguns casos impede a felicidade da família inteira, tem as mesmas características de uma depressão normal, ou seja, a pessoa sente uma tristeza muito grande, com perda de auto-estima, de motivação, podendo até mesmo tentar o suicídio. Em casos mais graves, algumas mulheres apresentam tendência ao abandono do recém nascido ou mesmo ao seu extermínio.
Segundo a psicóloga clínica Fernanda Nascimento, a depressão pós -parto tem início, geralmente, nas quatro semanas após o parto. O humor da mulher diminui, assim como o interesse ou prazer em quase todas as atividades. Ela perde ou ganha peso, tem insônia ou aumento do sono, agitação ou retardo psicomotor, fadiga, culpa excessiva, capacidade diminuída de pensar ou de se concentrar e pensamentos de morte recorrente. Entretanto, médicos e familiares devem ficar atentos aos sintomas para não se confundirem no diagnóstico pois, no período pós-parto inicial é comum a mulher passar por um quadro de depressão leve, que não traz maiores conseqüências. “A mulher durante a gravidez passa por uma regressão onde é remetida a sua infância; numa busca inconsciente do ponto onde começa a definir seu papel de mãe no retorno à sua própria mãe, com a qual ela se identificou onde a partir daí esse papel foi marcado, dando sentido ao lugar que deverá oferecer ao próprio filho. O pós parto é um momento delicado, a mulher está mais vulnerável e a resposta emocional as solicitações das transformações da vida diante da maternidade, que são inicialmente sinalizadas pela ‘tristeza materna’ (que tem curta duração), podem evoluir para a depressão pós parto que possui aspectos comprometedores, podendo desencadear quadros psicóticos”, diz a psicóloga clínica Teresinha Michelucci Ribeiro, especialista em atendimento individual na estrutura familiar.
Saber se a mãe terá ou não depressão pós-parto, antes do nascimento do bebê é muito difícil. As mulheres com tendência depressivas anterior à gravidez requerem mais atenção dos familiares. A situação da gestação também é um fator a ser avaliado. Uma gravidez rejeitada, ou uma gestação em que houve problemas mais sérios em nível pessoal pode provocar uma associação do problema com o bebê. Tais fatores também podem desencadear um quadro depressivo caso a mãe acredite que a gravidez foi um mal. “Penso que além dos fatores de risco, devemos levar em consideração a historia pessoal, a singularidade de cada mulher e a representação da maternidade na vida de cada mãe”, acrescenta Teresinha.
Não existe um trabalho específico para prevenção de depressão pós-parto, mas o pré-natal e orientações podem ajudar. Entre as conseqüências para as crianças, Fernanda acrescenta que são altamente variáveis: “Podem incluir desinteresse, medo de ficar a sós com o bebê ou um excesso de intrusão que inibe o descanso adequado da criança. Quando associado a um episódio psicótico, o infanticídio pode ocorrer”.
Apesar de tudo isso, a depressão pós-parto tem solução. Um detalhe muito importante é que a depressão não é sinal de fraqueza de caráter e nem passa somente com “pensamento positivo” e os parentes mais próximos devem dar total apoio à mulher e, no caso da depressão ser anterior ao parto, vale a pena investir no atendimento preventivo. Em alguns casos, além do acompanhamento psicológico, é preciso que haja atendimento psiquiátrico e medicamentoso.

Fonte: www.mentalhelp.com

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