Resgatando a vida

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De acordo com pesquisa do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), o dependente de drogas em São Paulo é branco, solteiro, faz uso de maconha e cocaína no mesmo dia, tem entre 19 e 30 anos e está desempregado. Os jovens não estão tão bem informados quanto se pensa. Eles sabem quais são as drogas mais consumidas, onde encontrá-las, como usá-las, mas não têm a clara noção dos efeitos que podem trazer para suas vidas.
Normalmente, os dependentes começam a perceber a realidade após inúmeras e sofridas crises que acabam com seu sistema de defesa. O usuário de drogas que chegou a ponto de perder o controle de sua vida é um doente que precisa de tratamento.
Os principais tipos de tratamento disponíveis para dependência química são: médico; psicológico; grupos de auto-ajuda e comunidades terapêuticas. Aqui na região existe o Órion, um centro de intervenção e reabilitação para dependentes químicos e alcoólicos que utiliza uma abordagem multidisciplinar e envolve toda a família em seu tratamento.
Segundo o psicólogo, fundador e diretor da clínica, que existe há 9 anos, Wilson Silva, a programação de recuperação tem como objetivo a abstinência de substâncias psicoativas e a mudança de estilo de vida, contando com palestras e várias técnicas de terapia individual e de grupo que, inclusive, preparam para a inserção no mercado de trabalho. Quando necessário, na maioria das vezes, o dependente fica em regime de internação em uma “comunidade terapêutica”. Ou seja, em um sítio em Piracaia, interior de São Paulo, onde a pessoa fica isolada de sua vida cotidiana a fim de se reequilibrar psicológico e emocionalmente, além de criar uma conscientização sobre a responsabilidade social em relação ao meio ambiente. “O nosso diferencial é que não existem chaves e grades. Não somos uma prisão”, esclarece, ressaltando ainda que apenas homens são internados para evitar a promiscuidade entre os pacientes e, conseqüentemente, DSTs e gravidez indesejada.
Wilson também faz palestras de prevenção em comunidades, escolas, empresas e meios de comunicação, mas defende o diálogo dentro de casa. “As pessoas têm a idéia errada de que a educação é obrigação exclusiva da escola. Não é. Quando existe um estreitamento dos laços familiares de amizade e carinho, com pais presentes, as chances dos jovens se tornarem usuários de drogas são bem menores. O problema nunca é a droga em si, ela atua como uma ´solução´ de um outro problema. A maioria dos dependentes vem de famílias desestruturadas ou que não impõem limites”, observa, alertando para alguns sinais que podem denunciar o possível uso de drogas: desinteresse pelo estudo ou pelo trabalho, falta de atenção, dificuldade de concentração e memorização desinteresse generalizado; mudança de grupo social, atividades de lazer e horário; agressividade, apatia, inquietação e irritabilidade; falta ou excesso de sono; gasto descontrolado de dinheiro, aumento de dívidas e até o desaparecimento de objetos da casa; perda ou aumento do apetite; marcas de injeção nos braços ou pelo corpo, olhos avermelhados, agitação motora. “Dependência é doença e tem que ser tratada como tal, sem nenhuma crença religiosa ou milagrosa”, enfatiza, finalizando.

Fontes: www.orion.org.br / www.diganaoasdrogas.com.br

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