Roupa à moda antiga

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Antigamente era comum ter o médico da família, o farmacêutico de confiança e um bom alfaiate. Estes costumes foram desaparecendo aos poucos, porém, os alfaiates resistem bravamente – não são muitos, mas geralmente são bons e mantêm clientes fiéis e satisfeitos.
É desse modo nostálgico que João Mantovani Filho lembra da profissão. “Comecei como aprendiz”, conta ele, “aos nove anos de idade, e só parei depois de 60 anos trabalhando.” Ele se orgulha de ter feito ternos para várias gerações de uma mesma família. Durante muitos anos teve alfaiataria no centro da cidade, na rua Xavier de Toledo. “Mas depois que proibiram os carros, meus clientes não iam mais lá.” Então ele se instalou na rua Crasso, onde ficou até seis anos atrás. Nos bons tempos, com a enorme freguesia que tinha, João chegava a fazer 40 ternos por mês. Hoje, a população “empobreceu”, o dinheiro tem destino certo e as pessoas perderam o costume de mandar fazer roupa.
Já Paulinho Alfaiate, que está há seis anos em Perdizes, diz que “é difícil competir com as grandes lojas”. Mas as vantagens de um terno feito sob medida são muito maiores que um terno pronto. Segundo ele, “uma roupa exclusiva dura muito mais. É possível fazer o que o cliente pede, sem se submeter a modismos, que nem sempre se adequam ao perfil ou ao gosto da pessoa”. Uma roupa personalizada garante um estilo próprio e faz com que ela se sinta mais segura.
Um dado interessante é que mais da metade de sua clientela é mulher: 80%. Elas gostam de se sentir diferentes e nada como um alfaiate para satisfazer essas vontades.
Além de roupas novas, Paulinho diz que a procura por transformar ternos é muito grande. Esse tipo de trabalho movimenta muito sua alfaiataria, assim como consertos em roupa de couro. “O importante é mexer na roupa sem modificar as características originais ou deixar que ela fique com cara de que foi reformada”, diz ele, que também atende em domicílio.

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