Um século de Niemeyer

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O arquiteto Oscar Niemeyer acaba de completar no dia 15 de dezembro, 100 anos de vida. Um raro acontecimento merece todas as homenagens que há tempos estão sendo feitas. São Paulo é a segunda cidade onde o arquiteto tem um maior número de edifícios construídos. A primeira é Brasília. Pelo mundo, outros tantos.
As formas curvas que Niemeyer quase sempre usou em seus projetos, deram um salto na qualidade da arquitetura brasileira e seu talento foi reconhecido e premiado em 1998 com o Prêmio Pritzker, considerado a condecoração máxima dos profissionais da arquitetura. O outro brasileiro que recebeu este mesmo prêmio, foi Paulo Mendes da Rocha, em 2006.
Entre outros projetos do arquiteto na cidade de São Paulo, estão o Edifício Copan e o Parque do Ibirapuera, construídos na década de 50. O Memorial da América Latina, que foi inaugurado em 1989 e que fica ao lado da Estação Barra Funda do Metrô, é uma das obras mais recentes do arquiteto na cidade. Ocupa área de 84.480m2 e é um convite permanente às manifestações artísticas e científicas latino-americanas, um apelo para elas façam do conjunto arquitetônico projetado por Niemeyer a sua casa em São Paulo.
Sobre o Memorial, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha diz: “O projeto do Memorial é uma reflexão sobre a história da construção, sem a qual não haveria cidades nem haveria nós”.
O Memorial da América Latina teve o conceito e o projeto cultural desenvolvido pelo antropólogo Darcy Ribeiro. Assim, ele nasceu com a missão de estreitar as relações culturais, políticas, econômicas e sociais do Brasil com os demais países da América Latina. E Niemeyer conseguiu surpreender mais uma vez, com suas formas curvas o concreto.
O Memorial fomenta a pesquisa e divulga seus resultados. Apóia a expressão da identidade regional e incentiva seu desenvolvimento criativo. Coordena iniciativas de instituições científicas, artísticas e educacionais do Brasil e de outros países, difundindo a história dos povos latino-americanos às novas gerações de estudantes.

Homenagem dos artistas

Memorial da América Latina – uma das belas criações do arquiteto Oscar Niemeyer, de 1989 – convidou um grupo de artistas de várias gerações que de alguma forma tenham vivenciado o processo de criação do arquiteto ou pelo convívio direto ou pelo estudo – ou até por ocupar uma de suas fantásticas edificações – para participar de um Projeto de Ocupação da Galeria Marta Traba.
Na exposição Niemeyer 100 anos, um olhar sobre o artista, cada artista e/ou arquiteto convidado fará uma intervenção num dos painéis da Galeria, alguns de forma direta, outros mostrando trabalhos, mas todos com o desafio de um olhar sobre o arquiteto centenário e em sua homenagem. Ou seja, eles intervirão diretamente sobre uma obra do mestre Oscar Niemeyer.
A mostra sob curadoria de Fernando Calvozo terá a participação dos seguintes artistas: Alex Cerveny, Anderson Rei, Ângela Barbour, Erik Muller Thurm, Luiz Cláudio Lacerda, Marco do Valle, Maria Bonomi, Paulo Climachauska, Paulo Mendes da Rocha, Rafael Augustaitiz, Rodrigo Queiroz e Ruy Ohtake. A exposição, gratuita, foi aberta ao público no dia 15, data exata em que ele completou cem anos.

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