O computador está presente na vida das pessoas, muitas vezes sem que elas percebam. Alguns resistem a ele por achar que se trata de uma máquina muito complexa e de difícil operacionalidade. As pessoas que já entraram na chamada terceira idade têm as maiores dificuldades em operar o computador e deixam de aproveitar o que a informática pode oferecer em matéria de lazer, cultura e novas experiências pessoais.
Daniela Varella, moradora em Perdizes, formatou um curso que visa solucionar esse problema. Voltado para pessoas acima de 55 anos, o aprendizado que ela oferece é individualizado e ela atende na casa dos alunos. “A maioria tem um computador em casa mas não sabe operar. Quem me procura diz o que quer aprender. A partir daí, quando ele descobre que o computador não é um bicho-de-sete-cabeças, tudo fica mais fácil e ele deslancha”.
Formada em veterinária, embora nunca tenha exercido a profissão, ela sempre se interessou por informática e virou referência entre os amigos e familiares. E pensou em criar o curso quando seu pai recorria sempre a ela para solucionar pequenos problemas. “Aos poucos, fui percebendo que a ‘melhor idade’ nem era mencionada quando se falava em informática. Percebi que era um público esquecido pela sociedade”.
Ela criou o curso voltado para esse público. “Não queria jovens porque eles não têm paciência. Os mais velhos são mais pacientes e querem fazer parte do mundo virtual dos seus filhos e netos, que raramente têm disposição para ajudá-los”. No início, as aulas aconteciam numa sala comercial em Perdizes. Mas Daniela percebeu que os alunos não se sentiam à vontade. “Tinham vergonha de não acompanhar no mesmo ritmo, e timidez em tirar suas dúvidas diante de outras pessoas”. Resolveu atender individualmente e acha que rende mais para o aluno.
Hoje, muitos dos alunos e alunas chegam até ela por indicação de ex-alunos. As aulas são semanais e Daniela diz que fica feliz com o progresso deles. “Seja para quem quer manter contato com filhos e parentes que vivem no exterior, jogar paciência, acessar seu banco e fazer compras através do computador”. Ela indica as páginas mais confiáveis e sempre alerta para os perigos do mundo virtual de maneira prática e didática, para ajudar o aluno a navegar com segurança e confiança. “Quando aprendem, eles se tornam mais independentes e mais confiantes”.