Crianças com necessidades especiais precisam de cuidados. Mas não é por isso que eles não podem ter uma vida social. Aliás, interagir com outras crianças e adolescentes com as mesmas necessidades pode ser muito bom para seu desenvolvimento.
Maria Colomba Raccuia Ferreira, psicóloga, psicanalista infantil e psicopedagoga há 17 anos, se especializou em crianças. Entre os serviços que presta, está sair com crianças com necessidades especiais em locais públicos. “Saio com crianças e adolescentes, com alguns faço um trabalho completamente individual; outros, em grupo. Lido com autonomia, sociabilização e limites. É um trabalho semanal de três horas em que a gente vai ao cinema, almoços, parque”, ela explica.
Para esse serviço, ela atende crianças de 6 a 18 anos. No caso de grupos, são no máximo cinco crianças, e Maria vai acompanhada de uma auxiliar e outra psicopedagoga. A ideia surgiu logo no começo de sua carreira. “Fiz estágio numa escola com crianças especiais. No início fiquei muito triste pensando como eles sofriam. E vi que, na verdade, eles eram felizes no mundo deles. E começamos a fazer esse trabalho: ensinávamos a atravessar a rua, íamos à feira, ao cinema”, conta.
Ela possui um consultório no bairro há mais de dois anos e, por ficar ao lado do Parque da Água Branca, ela o usa muito em seus passeios. “Muitas crianças moram em apartamentos. Eles falam que é muito bom, brincam, dão risada, andam no meio-fio no parque. É aquela coisa gostosa da infância”. Com isso, ela consegue trabalhar cidadania e autonomia.
Primeiro, ela faz uma entrevista com os pais e algumas sessões com a criança para saber como conduzirá os passeios. E também pede o diagnóstico dado pelo psiquiatra ou neurologista. O convívio com a sociedade e a autonomia que elas experimentam faz muito bem para seu desenvolvimento. Eles aprendem a lidar com limites, como ter que esperar numa fila, por exemplo.
A psicóloga explica que os passeios fazem bem para crianças e pais. “Eu sou mãe e lembro que meus filhos pediam para ir ao shopping com um amigo e queriam que eu levasse, mas não ficasse junto. Eles voltavam muito felizes porque tinham feito algo diferente. E os pais, sabendo que estão se divertindo, acho que se sentem mais tranquilos até para fazer suas próprias coisas”.
Maria Colomba Raccuia Ferreira
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