O dono da arte

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O dono da arte

Ele nasceu em Zaragoza, na Espanha. Veio para o Brasil com os pais quando tinha seis anos. Morou primeiramente na Rua Constança, mudou-se para a Desembargador do Vale e finalmente, para a Rua Raul Pompeia em um imóvel no segundo andar, cujo estilo está em extinção. Há 48 anos nesse endereço, o artista plástico Antonio Marin conta que no andar de baixo moravam os avós e depois de algum tempo foi a vez dos tios residirem no imóvel. “Uma época que dá saudade dos vizinhos, todo mundo se conhecia, mas a população por aqui está aumentando muito e ninguém mais tem interesse em se conhecer e fazer amigos”, resume.
A época a que Antonio se refere era um tempo onde a criatividade manual tinha mais espaço, o mundo não precisava dos computadores e o dom artístico e a inventividade natural eram valorizados. Nessa etapa, Antonio colaborava em empresas de comunicação com variados tipos de serviços: como past-up, chegou a diagramar, sozinho, 18 páginas feitas no recorte – coisa impossível de se imaginar hoje em dia. Fez charges satíricas e com humor falou sobre coisa séria e de interesse público.
A formação básica escolar foi vivida na Espanha, que considera a sua principal formação escolar. Mas o personagem dessa edição estudou também nos Colégios Miss Brown e Zuleika de Barros, tradicionais escolas do bairro. De acordo com Antonio, as escolas nessa época ainda lecionavam o latim e o francês.
Para ter uma ideia do talento desse artista, uma das suas criações em logomarcas está vigente até hoje e é muito conhecida pelo público em geral: a criação do logotipo da Polícia Militar com o mapa do Estado de São Paulo traçado por listras horizontais responsável pela a identidade visual de toda a corporação.
Atualmente, a arte de Antonio Marin se traduz em  peças artesanais feitas de materiais reutilizáveis. São esculturas, quadros, miniaturas, objetos como porta-lápis, porta-retratos, etc. Recortes variados de revistas formam imagens lúdicas e cenários do cotidiano.
Com humor dividido em poções de acidez e inteligência, como um visionário, aconselha o nosso fotógrafo, ao nos despedirmos: “Fotografe a Villa Pompeia antes que ela suma”, adverte.

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