Um centro de bem-estar animal promove a conscientização sobre o direito dos bichos através de palestras e ações.
Levar seu melhor amigo a sério é um lema seguido à risca no Amigos DDC – Centro de Bem-Estar Animal. “Não somos um pet shop comum. Temos um conceito bastante diferente, pois levamos em conta o que um animal de estimação sente e como reage às situações”, diz Luciana Scaramuzza, proprietária do estabelecimento.
Ela conta que desde 2007, quando abriu as portas do Amigos DDC, já primava pelo bem-estar dos animais que chegavam para tosa, banho ou para ficar na creche. No transporte, a equipe sempre usou vans equipadas com ar-condicionado, airbag e cinto de segurança. “Sim, cinto de segurança! Não usamos aquelas caixas de transporte para cães, pois, como eles chacoalham lá dentro, podem até se machucar. Usamos caixas apenas para gatos, mas elas são especiais, descartáveis e acomodam confortavelmente os bichanos”, revela Luciana.
A preocupação da empresária com a segurança dos animais é tão grande que recentemente ela organizou um ciclo de palestras, que contou com a presença de especialistas no assunto, como o major Carlos Sobrinho, veterinário e chefe da seção de Cães de Guerra do 2º BPE, que falou ao público sobre o comportamento animal em situações de estresse e risco; Larissa Rios, proprietária da empresa de turismo 4 Patas, que deu dicas sobre viagens com cães e gatos; e Denis Rodrigues, que desenvolveu o cinto de segurança para cachorros, abordando conceitos básicos de segurança veicular.
Luciana diz que esse evento teve uma repercussão tão grande que pretende repeti-lo mais vezes. “Foram levantadas questões importantes, como a grave situação dos animais vitimados por acidentes de trânsito. Eles não constam em boletins de ocorrência e também não são resgatados. Um test drive apresentado na palestra mostrou que a força do impacto de um cão transportado solto chega a 100 quilos, o que é um grande perigo”, relata.
Para finalizar, Luciana acrescenta que existe muito glamour em torno dos pets e das questões de estética animal, mas assuntos mais importantes, como segurança, direitos e bem-estar ainda não são debatidos como deveriam. “É preciso um olhar diferente. Um pet não precisa ser humanizado, sentir como humano, pois ele não é. Os animais têm de ser respeitados como são, por sua natureza.”