Arte|fluida

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Priscila, Marly e tia Cinira em sintonia

Moradora do bairro de Perdizes deixou trabalho em hospital para se dedicar à arte de pintar em seda, voile, entre outros tecidos esvoaçantes.

Apaixonada por arte e pintura desde criança, a engenheira Marly Rosenzweig iniciou um novo trabalho pouco antes de se aposentar do setor de manutenção de equipamentos hospitalares há cerca de sete anos. Ela conta que, na época, iniciou um curso de dança do ventre e, com o passar do tempo, caiu de amores pelo vestuário das dançarinas, principalmente pelos véus. Pesquisando mais sobre o assunto, descobriu um novo e grande mercado para iniciar um negócio. “Fiz um curso de pintura e comecei treinando em voile. Fiz muitas experiências até iniciar o trabalho em seda, que é diferente de todos os outros tecidos. Em pouco tempo apareceram os pedidos, que cresceram bastante num prazo bem pequeno”, conta.

Hoje, Marly é dona da Hana Sedas, recebe encomendas de clientes de vários Estados brasileiros e também de alguns de países, como Japão e Arábia Saudita. Para entregar todos os pedidos no prazo, a empresária conta com a ajuda de Priscila Koshima e tia Cinira, que mais do que suas funcionárias, são grandes amigas. O nome da empresa, que significa “felicidade e paz mental”, é também seu nome de batismo na dança do ventre.

Marly explica que o mercado de véus é vasto porque há muitas escolas de dança do ventre no país e que, quando as meninas mudam a coreografia, elas também mudam todo o vestuário e os acessórios. Além dos véus, a empresária confecciona e pinta cangas em voile e outros tecidos, gravatas, echarpes, almofadas, leques, véu poi – par de lenço usado em coreografias. “São muitas técnicas que utilizo, uma das quais é a de bastidor, na qual estico a seda branca (cor original do tecido), umedeço e começo a pintura. Outra técnica é a de torcer o pano e pintar com conta-gotas”, revela.

Todo o processo é muito delicado nos tecidos fluidos e exige muitas horas de trabalho por dia. A seda, por exemplo, tem primeiramente de ser esticada e molhada. Depois vem a pintura, a prensagem e a vaporização, feita durante três horas num equipamento especial para secar a peça. “O tecido ainda quente é, então, lavado em água corrente para tirar o excesso, secado a ferro, costurado e recosturado. A peça tem de ficar perfeita, pois sou bem exigente”, diz.

Um dos grandes orgulhos de Marly é ter confeccionado pares de leques para o coreógrafo e carnavalesco Carlinhos de Jesus. “Ele utilizou as peças no desfile da Escola de Samba Beija-Flor em 2011, e ela foi campeã”, comemora a empresária. (ND)

Hana Sedas
Telefone 3873-2049
www.hanasedas.com.br

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