A responsabilidade do momento

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O Brasil e o mundo estão passando por profundas transformações. Saiba como se adaptar e viver melhor.

Maria Silvia Orlovas é formada em Belas- -Artes pela Faculdade Santa Marcelina, trabalhou como arte educadora em escolas e grupos, escreveu mais de dez livros sobre transformação humana, expansão da consciência e vida saudável e hoje se dedica ao estudo da mitologia, dos arquétipos do tarô, da cura através das imagens do inconsciente e das religiões antigas. Além disso, possui um canal do YouTube, tem um programa na Rádio Mundial, escreve para o site Somos Todos Um e coordena o Espaço Alpha Lux, que atua na área alternativa, com palestras e cursos voltados ao autoconhecimento.

“Todo início de ano, temos uma forte expectativa perante a vida. Ela é medrosa, pesada… e é até natural que as pessoas fiquem com receio, se cobrando mudanças”, responde a escritora, pesquisadora e estudiosa da consciência humana quando perguntada sobre o momento atual de transformação que o mundo e, principalmente, o Brasil está vivendo. Ela continua dizendo que agora que a euforia do final do ano terminou, as pessoas começaram a se dar conta de que a vida tem de continuar, mesmo com toda a insatisfação reinante e com os atuais problemas. “Vivemos um 2014 bem atrapalhado, com a Copa, a estagnação econômica, a insatisfação geral, que só se acirrou neste começo de ano. Todos esperavam uma mudança, e até tivemos a oportunidade de mostrar nossa insatisfação nas urnas… mas, a verdade é que tudo permanece igual e até piorou aqui em São Paulo, com a falta da água, que parece ser um problema de difícil solução e de longo prazo. É uma tarefa árdua não se deixar abater pelo desânimo, não se contaminar com as más notícias, não se decepcionar com o governo de forma geral, mas não podemos esperar mais as decisões ‘de cima’, temos de nos equilibrar e começar a fazer a nossa parte”, aconselha.

Maria Silvia cita o conhecimento pessoal como principal fonte para sair da crise, mesmo numa situação de caos ao redor. “Precisamos trabalhar nossa energia de alguma forma, seja num grupo de estudos, numa crença, numa religião, numa meditação, ouvindo uma música suave… Não existe uma regra, por isso temos de nos conhecer para saber o que nos agrada e nos relaxa. Também é preciso filtrar as informações que nos chegam, ter discernimento para escolher um programa de televisão, uma notícia… não precisamos ir na linha do sensacionalismo, do terrorismo, de ver e ler só coisas negativas, porque, atenção: não existem só coisas negativas! Tem muita gente boa fazendo muita coisa boa”, ressalta.

A pesquisadora diz que não é prudente fugir da realidade, como um avestruz que coloca a cabeça na areia, pois é muito bom estar bem informado. O que é preciso, sim, é apurar nossa escolha: se programas que mostram crimes não lhe fazem bem, não os veja, mesmo sabendo que os crimes existem. “Creio que devíamos escolher os programas de boas notícias, não se esquecendo dos problemas, nem nos tornando alienados. Também só assistir a desgraças, só ver os problemas e reclamar não soluciona nada”, enfatiza.

A solução para esse e outros tantos problemas externos, além do autoconhecimento, é mudar os próprios hábitos, declara. “Para sairmos de uma perspectiva ruim, precisamos nos trabalhar, nos cuidar, cuidar de nossa energia, de nossa casa, de nossos relacionamentos familiares, de trabalho, do entorno, gerando assim uma energia positiva com atitudes boas e gentis.”

Após equilibrar a vida pessoal, o meio ambiente e suas relações, Maria Silvia aconselha partir para a ação. “Não reclame, faça! Um exemplo para nós, paulistanos, é recolher a água da chuva, reusar a água da máquina de lavar, do chuveiro, se possível construir cisternas, ou iniciar uma ação coletiva no prédio, na comunidade, para fazer essa coleta. Separar lixo e reciclar também é importante… Praticar cidadania, mudar hábitos arraigados e que não cabem mais atualmente. Pintar a casa, arrumar o jardim, ajudar alguém, alguma instituição, trabalhar para manter uma praça limpa, participar de ONGs. Todas essas ações, que parecem pequenas, acabam nos dando um enorme prazer… Essas ações que fazemos com amor geram coisas boas para nós e para os outros, pois tudo é energia: o que damos de coração, recebemos de volta”, acrescenta.

Para continuar praticando cidadania, a pesquisadora pontua outra ação muito importante: escolher bem os governantes que desejam, seja no âmbito federal, estadual ou municipal. “Necessitamos muito ter uma posição mais crítica, pois tudo começa e termina na política. Precisamos nos perguntar: será que sou assim tão omisso com o lugar onde vivo? Será que estou vendo resultados positivos ao escolher tais candidatos? Nossa responsabilidade é grande e temos de assumi-la em tudo”, enfatiza.

Para finalizar, Maria Silvia diz que é preciso cultivar uma consciência mais “verde”, pois o planeta está perecendo com tanto descarte inadequado, tanto consumo desenfreado, tanto material produzido. “Comprar menos, gerar menos lixo, poupar mais recursos naturais, utilizar meios de transportes mais limpos, deixar o carro em casa quando possível, caminhar mais… são coisas que podemos fazer. Eu, que sou moradora e trabalho na região, adoro caminhar nas praças – algumas delas cuidadas pela comunidade – e ver que temos árvores frutíferas. Isso me dá uma enorme satisfação. As pessoas parecem desinformadas a respeito das coisas boas que acontecem nos bairros. Nossa responsabilidade não é somente esperar alguém ou o governo fazer. Temos de agir e mudar a nossa própria mentalidade”.

Espaço Alpha Lux
Rua Cotoxó, 634, Perdizes
Telefone 3673-4824
mariasilviaporlovas.blogspot.com.br

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