Forte como o ferro

0
2642

Foto:

www.maxxfigueiredo.com

Após grave acidente, Maxx Figueiredo percebeu que teria dois caminhos a seguir: vitimização ou superação. 

Ele escolheu o segundo e hoje ajuda os que mais necessitam vestido de Homem de Ferro. Maxx Figueiredo, diretor de arte, criação e ilustrador transformou suas perdas em compaixão e amor ao próximo. Ele, que sempre teve uma vida ativa e cheia de vitórias, trabalhando nos mais conceituados veículos de comunicação e renomadas agências de publicidade, de repente se viu diante de obstáculos nunca imaginados. Em 2007 sofreu um grave acidente de trânsito na Avenida Sumaré, próximo a sua casa. Ele estava de moto e foi violentamente atingido por um carro. Foram 13 dias em coma, três meses no hospital, uma perna amputada, 12 implantes no braço direito e dois anos de profunda depressão. “Eu podia escolher entre ficar me culpando, culpando as circunstâncias, me vitimizando (que é o caminho mais fácil para muitas pessoas), ou superar o que havia me acontecido e seguir em frente. Eu escolhi me superar”, declara.

Com um longo tempo para pensar após o acidente, Maxx, que também estava enfrentando uma separação na época, foi aos poucos percebendo que deveria se reinventar, sair da depressão, depois da cama, da cadeira de rodas e reaprender a andar, quem sabe com uma perna nova, por que não?! “De repente eu me vi mais como um autômato, um androide, principalmente quando comecei a usar uma perna mecânica, mas decidi me divertir com esse fato. Depois de um período de adaptação, com muita paciência, superando muita dor e sofrimento, comecei a andar novamente. Depois reaprendi a correr e até virei atleta paralímpico”, relata.

Nessa mesma época, já no ano de 2008, o filme “Homem de Ferro” ganhava as telas e o ator Robert Downey Jr., que fazia papel do herói no cinema, começava a ser cada vez mais visto aqui no Brasil. “Eu notei que haviam algumas semelhanças físicas entre eu e Tony Stark, alter ego do Homem de Ferro. Comecei, então, a escutar de amigos e de outras pessoas nas ruas que eu era muito parecido com o personagem. Resolvi tomar posse da identidade do herói brincando com o fato de já utilizar uma prótese e, de certo modo, ser um pouco robô”, diz.

Entre 2008 e 2015, Maxx se reinventou inúmeras vezes. Deu várias palestras motivacionais sobre superação, ilustrou muitos livros utilizando a mão esquerda – que teve de aprender a usar por conta do acidente – e nunca parou de pensar em projetos que de alguma forma ajudassem a transmitir ânimo e que servissem de exemplo para muitas pessoas, fossem doentes, depressivas, tristes ou alegres. Entre esses projetos estava o de comprar uma armadura igual à do Homem de Ferro e fazer visitas a instituições, hospitais, e outros lugares que requisitassem a presença do herói. Essa ideia específica foi amadurecendo e no final de 2014, graças a uma campanha em um site de crowdfunding, ela se tornou realidade. Maxx conseguiu arrecadar cerca de R$ 6 mil para iniciar o que hoje é um de seus trabalhos paralelos. A pediatria do Hospital das Clínicas, a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graac) são algumas das instituições de saúde visitadas por Maxx periodicamente. “Como passei muito tempo em um hospital, enfrentando a depressão, a recuperação e a aceitação, eu sei como se sente uma pessoa hospitalizada”, complementa.

Além das instituições, Maxx também faz aparições em eventos e festas infantis vestido como Homem de Ferro. Dia 14, por exemplo, ele esteve presente na pré–estreia do filme “Homem Formiga”, no seu shopping preferido da região, o Bourbon. “Eu adoro o bairro, fui associado do Palmeiras por muitos anos, tenho grandes amigos aqui e costumo frequentar o Sesc Pompeia e o Shopping Bourbon junto com meu filho”, conta.

Perguntado sobre essa sua força interior, Maxx diz que sente ser algo químico que o move sempre para frente. “Em certo sentido, é mais químico, mas dependendo de como as pessoas enxergam, pode ser também espiritual, de algum modo. Vestido de herói, eu tenho o poder de tirar o estado de tristeza de uma pessoa que está acamada, por exemplo, e ajudá-la em sua recuperação. Eu não salvo ninguém, mas levo uma mensagem, uma palavra… e isso também pode ser espiritual porque o herói tem essa capacidade.”

E para quem acha que Maxx já se conformou em ser “só” artista, analista de marketing (trabalho que desenvolve há quatro meses em uma grande agência de publicidade) e Homem de Ferro, ele avisa que tem mais novidades por aí. “Estou finalizando meu livro e pretendo lançá-lo em breve”, revela. O livro já tem um nome provisório escolhido pelo filho do artista: “Maxx, o livro”. Ele conta que já tem alguns textos prontos, mas ainda precisa juntar ilustrações, fotos e arranjar uma editora que queira publicá-lo. “Eu contarei minha história nele”, finaliza. 

Sobre o herói

Homem de Ferro (Iron Man, em inglês) é um personagem de HQ, meio homem, meio máquina. Sua verdadeira identidade é Tony Stark, o herdeiro milionário das Indústrias Stark, companhia que fabrica os melhores armamentos militares do mundo. Além de gênio, Tony também é conhecido por ser o maior playboy, conseguindo sempre o que quer. No filme de 2008, após decidir salvar o mundo das armas que ele mesmo criou com uma poderosa combinação entre a armadura e um dispositivo radioativo que substituiu seu coração, Stark ainda se vê envolvido num perigoso jogo de negócios e ambições quando seu braço direito nas indústrias, Obadiah Stane, se mostra um mercenário executivo que coloca seus interesses megalomaníacos na frente de qualquer vida humana. 

www.maxxfigueiredo.com

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA