A ‘luta’ da judoca Fátima Belboni

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As centenas de medalhas que já ganhou nos tatames não garante vida fácil para judoca que quer continuar a disputar outros campeonatos pelo Brasil e pelo mundo.

Aos 11 anos Fátima Belboni conheceu o judô, quando morava na Zona Norte. “Gostava de brincar na rua, jogar bola, empinar pipa e passava em frente de uma academia e ficava vendo o pessoal treinar. Nem sabia que esporte era aquele”, conta ela hoje, aos 54 anos. “O professor viu meu interesse e me convidou para treinar e estou no judô desde então”, diz.

A mãe e irmãs não apoiaram sua opção. “Apesar disso, não desanimei”, diz Fátima, que não tem ressentimentos com a família. Desde 2000 ela mora em uma pensão em Perdizes.

Em Abu Dhabi, em 2015 (Foto Arquivo Pessoal)
Em Abu Dhabi (no pódio, à esquerda), em 2015 (Foto Arquivo Pessoal)

Formada em educação física pela Faculdade Flamingo, a faixa-preta 2º dan dá aulas de judô e é personal trainer, para se manter treinando na West Sport Fitness, em Perdizes, e na Academia Messias, na Penha. “Mas também trabalho como segurança, faxina, passo roupa, passeio com cachorros e sou cuidadora de idosos nos finais de semana. Faço o que for preciso para juntar dinheiro para custear as viagens aos campeonatos mundiais e nacionais”.

Atleta da categoria master (acima de 35 anos), Fátima lamenta não ter o mesmo apoio que os judocas mais jovens têm. “É uma pena, porque a gente luta em nome do Brasil e atletas de outros países têm todo o apoio e podem se dedicar mais aos treinos.”

Conta que em Berlim, na Alemanha, o dinheiro era curto e coletou garrafas das arquibancadas para vender e ganhar “uns euros para melhorar a alimentação”. Mas não esquece de quem ajuda. Aqui na região, cita o restaurante Di Noca e a Clínica Cauchioli. “Além de amigos, são pessoas que acreditam em meu potencial e me dão apoio material.”

O objetivo agora é o Mundial em Fort Lauderdale (EUA) (foto: Gerson Azevedo)
O objetivo agora é o Mundial em Fort Lauderdale (EUA) (foto: Gerson Azevedo)

Fátima venceu seis campeonatos mundiais e tem outras medalhas (prata e bronze) de outros campeonatos. Calcula que desde 1987 já ganhou “umas mil medalhas além de troféus”, contabiliza. Na hora da foto, ela tira um mar de medalhas de duas bolsas. “Todas são importantes porque foram conquistadas com muito suor.”

Em 2016 ela vai participar da Copa São Paulo ainda neste semestre, mas precisa juntar dinheiro para garantir sua participação no mundial em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, em novembro. “Com a ajuda de Deus e dos amigos, acredito que vou conseguir ir e trazer medalhas. Ser atleta é uma ‘luta’, mas vale a pena lutar!”, garante.

fatimabelboni61.hotmail.com

Celular 99125-6535

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