Dona de uma voz com personalidade, Luísa Maita é uma das revelações da MPB dos últimos anos. Tem dois CDs lançados ‘Lero-Lero’ e ‘Fio da Memória’ e o público tem respondido muito bem às suas apresentações.
A música está em seu DNA. Filha do músico e compositor Amado Maita e da produtora cultural Myriam Taubkin, “minhas maiores influências da minha vida”, conta. Desde pequena convive no meio musical. Músicos como Naná Vasconcelos, Paulinho da Viola, Lenine, Moacir Santos, Guilherme Vergueiro ela conhece desde a infância. Ela lembra que o pai foi o “primeiro do grupo de amigos a defender a importância do baiano João Gilberto (…) [meu pai] era um cara de enorme sensibilidade”, disse Luísa em uma entrevista à revista Brasileiros.
Compositora e cantora, Luísa Maita tem dois CDs lançados, ‘Lero-Lero’ (2010) e ‘Fio da Memória’ (2016), e a distribuição internacional de seus CDs é feito pelo selo Cumbancha, sua gravadora. Os dois trabalhos tiveram boas avaliações da crítica especializada e reúnem músicas compostas pela própria Luísa e com participação dos produtores Tejo Damasceno e Zé Nigro, entre outros.
Tem participações em trabalhos de outros artistas como Junio Barreto, Pipo Pegoraro, Fábio Góes e Carlos Nuñes. Sua voz também está presente em filmes como ‘Estamos Juntos’, de Toni Ventura. Ela foi escolhida pelo diretor Fernando Meirelles para interpretar ‘Cidade Maravilhosa’ e ‘Aquele Abraço’ nos vídeos promocionais das Olimpíadas Rio-2016. Em 2011, Luísa foi eleita no 22º Prêmio da Música Brasileira como a artista revelação do ano.
Duas faixas do CD ‘Lero-Lero’, ‘Desencabulada’ e ‘Lero-Lero’, fazem parte da trilha sonora do filme ‘Boyhood, da Infância à Juventude’ (2014) do diretor norte-americano Richard Linklater. Indicado ao Oscar em 2015, não levou o prêmio. O filme ganhou fama por ter demorado 12 anos para ser concluído, se tornando uma das mais longas produções da história do cinema. Luísa conta “quando o diretor me procurou, ele já tinha definido as faixas que queria incluir no filme. Só precisei autorizar. Com isso meu trabalho ficou mais conhecido lá fora”, diz, em entrevista por telefone.
A carreira de Luísa deu uma turbinada a partir de 2010 com o CD ‘Lero-Lero’. Foi considerado um dos melhores discos lançados naquele ano no Brasil. Nos Estados Unidos, ‘Lero…’ alcançou o primeiro lugar em vendas no iTunes e na Amazon, na categoria música latina, e segundo na categoria world music (na Amazon). “Mesmo sendo todo cantado em português, a harmonia e a melodia da música não exigem tradução”, explica ela , descrevendo como o público que não fala português recebe seu trabalho nos shows que faz no exterior.
Outras cantoras gravaram músicas compostas por Luísa. “Maria Gadú, Mariana Aydar, Virgínia Rosa já gravaram músicas minhas”, cita. Quando questionada sobre as novas vozes no cenário da música brasileira, Luísa diz que “admira muitas, entre elas Tiê, Mariana Aidar, Tulipa Ruiz, Céu, Karina Buhr, que são cantoras da minha geração e que fazem um som próximo ao meu”. Entre os cantores, “Filipe Catto, Criolo, Emicida fazem um trabalho que eu gosto muito”, diz.
No segundo trabalho, ‘Fio da Memória’, Luísa seguiu por novos rumos, “para não fazer um ‘Lero-Lero 2’, quero sempre me reinventar, mudar de estilo a cada novo trabalho” que têm recebido boas críticas.
Sua carreira mescla apresentações no Brasil e no exterior. Por aqui, ela se apresentou em palcos conhecidos. “No Sesc Pompeia, além de ter feito shows, também é um dos lugares que vou para ver e curtir outros cantores”. Tom Jazz, Centro Cultural São Paulo já receberam shows da Luísa. A Serralheria, na Rua Guaicurus, na Lapa, foi onde ela fez show de lançamento do CD “Fio da Memória”.
No exterior, Luísa se apresentou por sete vezes em festivais e shows individuais. “O público sempre têm sido muito receptivo em minhas apresentações, aqui e lá fora”, diz. Em março, ela parte para a França para outra série de shows.
Luísa voltou a morar em Perdizes em 2016. “O bairro é tranquilo. Morei de 1992 a 94. Vou com a minha sobrinha ao Parque da Água Branca, que é uma área super legal com muito verde, aos cinemas do Shopping Bourbon e o Sesc Pompeia, pela programação musical. E sempre que posso vou tomar um café no American Cake, que fica bem perto de casa”.
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