Fátima Belboni Camargo, aos 57 anos, uma judoca vencedora!

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Participar de torneios, campeonatos e trazer medalhas é rotina para a judoca Fátima Belboni Camargo. Mas a vida dela não é fácil!

Fátima iniciou no judô aos 11 anos, na zona Norte da cidade. “Sempre gostei de brincar na rua, jogando bola, empinar pipa e passava em frente a uma academia de judô e ficava assistindo os alunos treinarem. Um dia, o professor me convidou para treinar e aceitei na hora. Nunca mais parei”, diz a faixa preta 2º dan no judô e faixa preta em jiu-jitsu.

Tiago Gonçalves
Fátima com Vera Lúcia Santos (esq) e Noelle Guimarães, da Oxigênio Academia, na Lapa (Foto/Tiago Gonçalves)

Através do judô, na categoria veteranos, Fátima competiu em 15 países. Para ela, além de viagens, o judô lhe deu disciplina e sua razão de viver. O difícil para ela é conseguir dinheiro para as viagens aos campeonatos no Brasil e no exterior.

Ela lembra que a maioria dos atletas amadores passam essas dificuldades para competir em seus esportes. Fátima é otimista e diz “que corro atrás de patrocínios e colaboração de amigos e gente que acredita em meu potencial”. Aos 57 anos, a sua luta para viabilizar sua participação em competições nacionais ou internacionais, é muito maior.

Fátima: "O judô é a minha vida" (Foto/Tiago Gonçalves)
Fátima: “O judô é a minha vida” (Foto/Tiago Gonçalves)

Para se manter e continuar seu treinamento, Fátima ‘se vira nos 30!’ Dá aulas de judô na Oxigênio Academia, na Lapa. E como professora de educação física formada pela Faculdade Flamingo,  dá aulas de condicionamento físico para alunos individuais. “Mas também faço faxina, faço serviço de segurança, cuido de idosos, passeio com cães, faço segurança e o que for possível e que renda um dinheiro!”. diz.

Ela já conseguiu mais de mil medalhas nas competições em que participou. “Só no Brasil, são 51 medalhas”. A mais recente, de prata, ela conseguiu no Campeonato Mundial de Veteranos em Cancún, México. Ela é judoca da categoria F6, que reúne atletas com até 63 kg (meio médio) e com mais de 35 anos.

A equipe do Brasil tinha 120 atletas e conseguiu 51 medalhas. “Um ótimo resultado. Ficamos na frente de países como a França”, avalia Fátima.

Fátima com a aluna Alessandra Santos Silva (Foto/Tiago Gonçalves)
Fátima com a aluna Alessandra Santos Silva (Foto/Tiago Gonçalves)

Fátima compete pela Academia Messias, da Penha. Ela treina também na sede da Federação Paulista de Judô na Rua Dona Germaine Bouchard, na Água Branca. Atualmente ela lidera o ranking nacional com 2.577 pontos. E pretende, em 2019, conseguir uma pontuação maior.

A judoca é moradora de Perdizes e mora na Rua Caetés. “É aqui que tenho meus amigos e pretendo continuar a morar por aqui”, explica.

Além dos treinos técnicos, a judoca conta com parcerias como a nutricionista Juliana da Clínica Aurea Clara e outros apoiadores como a Família Di Noca, Duetto Sorveteria, Boteco Velho Rabo, Clínica Cauchioli, Diffusion,  GV Papelaria, Vinhoteca Paulista, Malu Brigadeiro.

“Além dos treinamentos, saio em busca de dinheiro para bancar a minha participação nas competições. O pessoal me ajuda como pode. Preciso pagar inscrição, passagem, hospedagem e alimentação além do material exigido pela federação internacional”. Tem gente que acha que eu vou fazer turismo, mas muitas vezes, só conheço o aeroporto, o hotel e o local da competição”, lembra. Conta que no mundial em Frankfurt, na Alemanha, em 2011, que ela considera o mais importante, “recolhi latinhas e garrafas nas arquibancadas do ginásio, para ganhar uns euros e pude me alimentar melhor”, conta com orgulho.

“Judô é minha paixão de vida e vou lutar até quando tiver força. Indico o esporte para todas as idades”. Ela espera que apareçam outros apoiadores para que possa focar com mais tranquilidade nos treinamentos em busca de novas conquistas. Uma lutadora! (GA)

Fátima Belboni Camargo, Telefone 99125-6535, www.facebook.com/fatimabelboni.belboni

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