Viver em condomínio

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Foto: Gerson Azevedo

Gerson Azevedo
Edson França, corretor e síndico, sabe tudo de condomínio

Edson França é corretor de imóveis e sócio da FMI Prime Negócios Imobiliários, empresa com sede na Pompeia. Nesta entrevista ele aborda algumas situações que vivenciou em condomínios.

O entrevistado é também morador de um grande condomínio, o Jardim das Perdizes, praticamente um bairro dentro da região. Com nomes que remetem a pássaros para cada torre, os moradores da área tem entre outros atrativos, um parque com 44 mil m² com muito verde e várias comodidades para os moradores como pista de cooper, ciclovia, academia de ginástica, playground e até uma praça pública aberta para a cidade, além da segurança e estabelecimentos comerciais como farmácia, mercado entre outras comodidades que também podem ser acessadas por quem circula pela avenida Marque de São Vicente e arredores.

Edson informa que seu trabalho com imóveis está mais focado na locação de apartamentos. Ele tem no currículo a experiência de síndico e subsíndico em condomínios onde morou na zona Oeste. “Ser síndico exige além da dedicação, boa disposição para resolver conflitos entre moradores. Sempre digo que é preciso estar aberto para o diálogo e compreender as partes em busca de uma convivência pacífica e harmoniosa”.

Perguntado sobre histórias de moradores antissociais em condomínios que Edson vivenciou, ele diz que tem várias histórias para contar, e que precisou usar de muita paciência e diplomacia para resolver os vários conflitos entre os vizinhos.

Para ilustrar narra a história de um morador antissocial e o conflito dele com outros moradores em um condomínio. Edson não dá nomes. “O apartamento que eu administrava estava locado para um inquilino que gostava de fazer festas em qualquer dia da semana e que entravam noite e madrugada adentro, durante a semana e o final de semana. É claro que a situação incomodava aos vizinhos. Além das advertências fiz várias reuniões com ele e com o condomínio para tratar dos problemas que ele estava causando. O condomínio advertiu, aplicou multas que foram pagas sem nenhum problema ou reclamação por parte dele. Mas apesar disso, a rotina de festas que ele promovia continuava. A solução que encontramos foi pedir ao proprietário do imóvel para romper o contrato com esse morador com hábitos antissociais. Assim foi feito e o inquilino-festeiro se mudou para uma cobertura que ofereci, ele aceitou e onde está morando. Assim a paz voltou ao condomínio!”, mas Edson ressalva que situações como essa são raras.

Cada condomínio pode estabelecer regras de convivência e daquilo que pode ou não. No Código Civil, o artigo 1337, estabelece punição para comportamentos considerados antissociais e a multa, baseada no valor do condomínio pode chegar até a 10 vezes. Mas mesmo assim, não resolve todos os casos. A expulsão de moradores de um condomínio não existe. Para Edson é “preciso muita conversa e convencimento e nem sempre surte efeito! Em minha experiência eu sempre me coloco no lugar das partes em conflito”, explica sua abordagem profissional que é o trabalho de um mediador de conflitos.

FMI Prime tem sede na Pompeia (foto/Gerson Azevedo)
FMI Prime tem sede na Pompeia (foto/Gerson Azevedo)
A empresa da qual Edson é sócio, a FMI Prime, está no ramo imobiliário com mais de 18 anos de atuação e atua preferencialmente na região Oeste, onde administra apartamentos e outros imóveis localizados em bairros como Pompeia, Perdizes, Lapa, Vila Leopoldina, Barra Funda e em outras regiões da cidade. Também intermedia compra e venda de imóveis residenciais e comerciais. Para realizar essa tarefa conta com equipe experiente.

“Viver em condomínio tem suas particularidades”, teoriza o empresário. “Cachorro, carro e crianças são temas constantes que temos em um condomínio. Por exemplo, o motorista que estaciona seu veículo em uma vaga e impede que outro condômino possa entrar ou sair com seu veículo é complicado e exige bom senso de todos os moradores”, mas sua experiência lembra que “nem sempre isso acontece e esses problemas geram conflitos que poderiam ser evitados”, diz.

Os conflitos dentro de um condomínio são variados. Além do morador festeiro, as brigas, discussões, bater portas na madrugada, saltos de sapato, cachorro e criança correndo são situações que podem gerar desconforto e chateação para quem mora no andar de baixo. Mas também há aqueles moradores mais sensíveis que reclamam de todos os barulhos em qualquer hora do dia ou da noite.

Mas Edson informa que se a conversa não resultar em mudança de hábitos por parte do morador que está causando desconforto aos demais vizinhos o caminho judicial deve ser tomado. “Se apesar da advertência, da multa, a situação provocada por um vizinho aborrece aos vizinhos, é preciso recorrer à justiça!”. Nestes casos o condomínio é quem deve estar à frente para resguardar os direitos da vizinhança.

Prédios-GA (3)O jornal “O Estado de São Paulo”, em reportagem de Gilberto Amendola contou a história semelhante ao narrado por Edson que resultou na expulsão de um casal de médicos que moravam em um condomínio de Perdizes (não são citados nomes). O casal foi expulso por ‘atitude antissocial’, em um caso que se arrastou por seis anos. “A Justiça entendeu que, se não houvesse uma expulsão, a situação poderia terminar em tragédia. Uma decisão assim só acontece quando a percepção é de uma tragédia iminente”, contou o Fauaz Najjar, advogado do condomínio à reportagem do jornal.

Para quem mora ou pretende morar em condomínio – não importa o tamanho — é preciso conversa e muito bom senso para que todos possam conviver com tranquilidade. (GA)

FMI Prime Negócios Imobiliários, Rua Raul Pompeia, 430, Pompeia, Telefone 3871-1299, www.fmiprime.com.br

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