Gente nova nas passarelas.

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Gente nova nas passarelas

Cento e vinte formandos da Faculdade Santa Marcelina mostram em evento que o Brasil já está “na moda”.
Agitada, Caroline Ricca Lee ia de um lado para o outro em busca de acessórios que pudessem ajudá-la a fazer os últimos ajustes da sua coleção, já nos corpos das modelos que iriam desfilar. Tecidos leves, panos sobrepostos, cores em tons pastel. “Quis reinventar os corpos a partir do vestuário e a brasilidade nas cores. Usei o rosa doce, o vermelho e um azul jeans, bem São Paulo”.
Ela é a mais nova estilista brasileira e faz parte da turma de 120 formandos do curso de moda da Faculdade Santa Marcelina – FASM e um dos dezessete alunos selecionados para apresentar seu trabalho no dia da formatura, no teatro da própria faculdade. O critério de escolha dos que iam mostrar sua coleção foi a nota acima de nove. “A faculdade está refletindo na moda de forma profissional e o mercado já sente isso”, avalia o pesquisador e estilista Walter Queiroz. Porém, o profissional não quis falar em tendências. “Aqui não existe tendência, é um local de experiência, de estudo individual”, pontuou. Ele presidiu o júri que avaliou as criações do evento. O vencedor ganhou uma bolsa de estudo para o curso de pós-graduação “A Cultura do Perfume”. Os demais participantes foram contemplados com uma máquina de costura.
Sem ser explícita, a coordenadora do curso de moda da FASM, Raquel Valente, indica algumas tendências. Na sua visão, os novos profissionais de áreas como acessórios, joalheria, fotografia e estamparia não desejam imitar ninguém e, menos ainda, se inspirar nas coisas que vêm de fora. Os novos estilistas querem mesmo é virar inspiração. “Eles querem colocar a mão na massa e explorar as características brasileiras, como o clima, a questão da sustentabilidade e as cores solares”, conta.
A influência brasileira pôde ser notada na trilha sonora de Tarcísio Brandão, que apresentou sua coleção de roupa masculina tendo como fundo musical “O Guarani”, de Carlos Gomes, e Bachiana nº 5, do maestro Villa-Lobos. Nos trabalhos de Javiera Dewers, vencedora na categoria acessórios, traços brasileiros apareciam além das cores. “Eu gosto da coisa étnica e do uso do cobre e da terracota”. O vencedor da categoria têxtil, Victor Hugo Yuuki, afirma que quer levar o Brasil para frente. “Existem coisas fortes que dão matéria, como a cultura, as cores e a mistura de raças”.
Pioneira no curso de moda no Brasil, a Faculdade Santa Marcelina lançou no mercado nomes como Alexandre Herchcovitch, Emanuelle Junqueira, dentre outros.

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