A placa antirronco é uma aliada forte no combate ao ronco e à apneia.
A maioria das pessoas pensa que roncar é algo comum e normal, que apenas atrapalha o(a) companheiro(a) de quarto, mas a verdade é bem mais aterradora que isso. A especialista em reabilitação oral, Giselle Paridaens, que desenvolveu o aparelho intrabucal biarticulado (ou placa antirronco), diz que o ronco pode ser apenas um relaxamento normal da musculatura da língua e da região da faringe durante ou sono, ou ser um indicador da hipoapneia ou da apneia obstrutiva. “A diferença entre estas duas últimas é que na hipoapneia o número de paradas respiratórias é menor do que na apneia obstrutiva que, se não combatida, pode levar até a óbito em situações extremas”, revela.
Giselle explica que a pessoa diagnosticada com apneia obstrutiva dorme muito mal, pois para de respirar por até dez segundos, em média, muitas vezes durante a noite. Essas paradas fazem o oxigênio no sangue diminuir e sobrecarregam o músculo cardíaco, causando espasmos, aumento da depressão, ansiedade, comprometimento do sistema cardiorrespiratório, favorecimento da impotência sexual, hipersonolência diurna, dores de cabeça, hipertensão arterial, etc.
De acordo com Giselle, a função principal da placa antirronco é projetar a mandíbula e a língua para frente para tracionar a musculatura e aumentar a passagem de ar na região da faringe. O aparelho ajuda no tratamento do ronco, das hipoapneias e nas apneias de níveis leve e moderado. O nível severo demanda a inclusão de remédios.
Existem vários tipos de placas antirroncos: Giselle contabilizou em seus estudos mais de 30, além do CPAP, aparelho que injeta pressão de ar contínua nas vias aéreas. “Cada profissional indica a que melhor se adapta a seu paciente. Eu prefiro o aparelho que ajudei a desenvolver na USP, biarticulado, que permite movimentação e recobre a superfície oclusal dos dentes nas arcadas superior e inferior. Como é feito de resina acrílica, é facilmente adaptável.”
O diagnóstico da apneia obstrutiva é realizado através de exames de polissonografia, que monitoram o número de despertares e de paradas respiratórias; de análises cefalométricas, que diagnosticam alterações anatômicas de crânio e face, entre outros problemas; e da ressonância magnética, que mostra o funcionamento muscular. Quem desconfia ter apneia deve procurar um profissional da área médica ou odontológica para prescrever os exames.