Distúrbio hereditário

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A dislexia não tem cura, mas pode ter pleno controle se diagnosticada precocemente.

Com 33 anos de existência no Brasil, a Associação Brasileira de Dislexia – ABD – é uma ONG (Organização Não Governamental) que realiza diagnóstico e tratamento desse distúrbio, com avaliação reconhecida por um dos maiores institutos do mundo, a The International Dyslexia Association, e é aceita em todos os outros países do globo. O diagnóstico é pago pelos interessados, mas para crianças de escolas públicas, ou para o público carente, o preço é bem mais acessível.

O diagnóstico é complexo e realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por diferentes profissionais: neuropsicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, com parecer de um médico neurologista e um oftalmologista. De acordo com Mariângela Nico, médica fonoaudióloga, psicopedagoga e coordenadora científica da ABD, a pessoa passa por diversos exames, bem completos, como o processamento visual e auditivo. “Uma das características marcantes dos disléxicos é que eles são muito inteligentes e criativos (Einstein, Steve Jobs, Walt Disney e Agatha Christie, por exemplo, eram disléxicos) e nem todas as pessoas que passam aqui e chegam com as mesmas queixas atribuídas aos verdadeiramente disléxicos têm o distúrbio. Muitas delas têm outras deficiências, como deficiência mental, ou síndromes, ou tumores”, diz.

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A Dra. Mariângela acrescenta que a dislexia não é uma doença, é, sim, um distúrbio, que não tem cura, mas que pode melhorar com intervenção e acompanhamento profissional adequado. Cerca de 5 a 6% da população mundial apresenta dislexia.

O distúrbio é genético-hereditário, caracterizado pela dificuldade no reconhecimento da correspondência entre os símbolos gráficos e os fonemas, bem como na transformação de signos escritos em signos verbais. A dislexia é reconhecida mais frequentemente após os seis anos de idade, época em que a criança está se alfabetizando, mas pode ser percebida mais precocemente. “É possível reconhecer alguns sinais do distúrbio (como falar alto demais) antes da alfabetização, principalmente porque, como passa de geração em geração, os familiares já ficam de olho. Quanto antes diagnosticada, menos sofrimento emocional para a pessoa e melhor o resultado da intervenção”, explica a médica.

A ABD oferece palestras e cursos para disléxicos e profissionais de diversas áreas, como inglês para disléxicos, sensibilização para professores, etc. A programação está descrita no site da Associação. (ND)

Associação Brasileira de Dislexia

Rua Catalão, 72, Sumaré

Telefone 3129-9721, 3231-3296 e 3258-7568

www.dislexia.org.br

www.facebook.com/AssociacaoBrasileiraDeDislexia

Fotos: Tiago Gonçalves

 

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