Aprendendo as letras

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Aulas dada por Maria José

Boa
parte da população brasileira adulta ainda não sabe ler e escrever.
Esse problema afeta diretamente o cidadão em ações simples do
cotidiano, como ler o itinerário de um ônibus ou escrever uma carta ou
um bilhete.
O Centro Social da Igreja Nossa Senhora da Pompeia
mantém há mais de uma década um curso para maiores de 18 anos. Para
participar do curso, basta o interessado se apresentar na sala de aula,
de segunda a sexta, das 20 às 22 h, quando o curso acontece.
A
professora Maria José dos Santos Leite desde 2001 ministra as aulas. “A
proposta do curso é alfabetizar e preparar o aluno para a 5ª série do
ensino fundamental”. Segundo ela, alguns dos alunos e alunas chegam com
algum conhecimento de leitura e escrita. Mas “a maioria não tem nenhuma
experiência, alguns têm problemas de coordenação motora”.
Uma das
características que o curso apresenta é a flexibilidade de horário. “Há
uma tolerância com relação ao horário, afinal, muitos saem direto do
trabalho para a sala de aula e atrasos podem acontecer. O importante é
o interesse que o aluno tem no aprendizado. Não podemos desistir
deles”, salienta Maria José.
Para Terezinha Pereira Lemos,
dona-de-casa e aluna desde 2005 do curso, “aprendi bastante. Já leio e
escrevo cartas para meus parentes. Além de aprender a ler e escrever,
tenho muitas amizades entre as colegas”.
Já Francisco Belchior, que
trabalha como zelador em um prédio da rua Caraíbas e é aluno do curso
desde o ano passado, “acho muito legal e estou melhorando a cada dia.
Quando terminar, vou continuar a estudar para aprender mais”. Ele está
aplicando o que está aprendendo no curso para melhorar na profissão.
O
curso utiliza o método Paulo Freire, onde o aluno aprende as palavras e
as operações aritméticas através de suas experiências pessoais e
algumas adaptações, informa a professora Maria José. Neste semestre, o
curso conta com 34 alunos, com idades que variam dos 18 aos 50 anos.
Boa parte deles trabalha e mora no bairro. Ao final do semestre, passam
por uma avaliação para saber se estão aptos a redigir e interpretar um
texto e realizar as operações matemáticas básicas. Aí são encaminhados
para o supletivo. Boa parte deles segue com os estudos, garante a
professora.

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