O Centro Social Nossa Senhora do Rosário é uma entidade beneficente vinculada à Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Vila Pompéia e desde 1961 trabalha com crianças, famílias, pessoas idosas e moradores de rua.
Desde que foi criada, oferece serviços como doação de cestas básicas, leite, remédios e roupas, bem como cursos para gestantes, alfabetização de adultos, atendimento odontológico entre outras especialidades clínicas, como fisioterapia. Além das doações, o Centro Social dispõe de um espaço especialmente destinado às crianças: a Creche Santíssimo Sacramento / CEI Nossa Senhora do Rosário que, em parceria com a Prefeitura de São Paulo, atende crianças em período integral, oferecendo refeições diárias com atividades pedagógicas e lúdicas.
O Centro Social também possui o Programa de Atendimento Domiciliar ao Idoso (Padi), em parceria com a Sociedade Beneficente São Camilo. O Padi presta atendimento nas áreas da assistência social, de saúde, lazer e acompanhamento espiritual para casais de idosos cadastrados.
Para se manter, o Centro Social conta com o apoio de paroquianos e também realiza algumas atividades, como a tradicional quermesse. Em parceria com a Associação Brasileira de Entidades de Assistência Social (Abeas) o Centro Social realiza palestras sobre os mais variados temas para jovens, adultos e para os funcionários e voluntários. Há ainda um bazar de móveis e objetos mantido por doações da comunidade, uma oficina de recuperação de brinquedos e costura, e empréstimo de equipamentos de apoio, como cadeira de rodas e de banho, muletas, andadores, etc.
Conheça mais sobre o trabalho da entidade com a entrevista concedida ao Guia Daqui Perdizes / Pompéia pelo presidente do Centro Social, Severino Donatelli, e pela coordenadora do Padi, enfermeira Kátia Cristina de Carvalho.
Quando o Centro Social começou suas atividades, qual era o principal objetivo?
Severino: Começamos com uma pequena farmácia e com o atendimento odontológico feito por dentistas voluntários. As coisas foram mudando e de 1961 até hoje o Centro Social cresceu. Temos uma creche com 154 crianças de zero a cinco anos de idade. Oferecemos cinco alimentações diárias para estas crianças, temos atendimento médico e odontológico, ensinamos a escrever e damos educação. Além disso, temos assistentes sociais que cuidam de quem chega aqui com necessidades. Também há uma série de atividades que fazemos para os moradores de rua. Em parceria com a Secretaria da Agricultura entregamos cerca de 2.400 litros de leite por mês para 150 famílias. O atendimento odontológico é feito por quase 30 dentistas que doam um dia de trabalho atendendo cerca de 70 crianças por mês.
De onde vem os recursos?
Severino: Os recursos são arrecadados através dos paroquianos. Criamos, há pouco tempo, a campanha “Adote um filho” e conseguimos uma boa arrecadação. Estamos refazendo esta campanha e quem quiser pode colaborar.
O Padi atende casais de idosos. Como é feito este trabalho?
Severino: Temos cadastrados, hoje, cem casais de idosos para os quais as enfermeiras fazem visitas, ensinam a tomar os remédios, levam fraldas geriátricas, ajudando-os a se reeducarem. Muitos não têm mais os filhos por perto então damos assistência completa. Muitos que chegam aqui são atendidos, mas os que têm necessidade de atendimento mais constante são registrados e acompanhados.
Kátia: O Padi é mantido pelo Hospital São Camilo, pela Paróquia Nossa Senhora do Rosário e pelo Centro Social. Eles mandam uma verba para que o Centro mantenha uma enfermeira e uma auxiliar de enfermagem. Esse programa existe desde 1998. Hoje, temos 95 idosos cadastrados. Basicamente, fazemos visitas em domicílio, cedemos medicamentos com receita médica. Caso o idoso não tenha a receita, encaminhamos para um posto de saúde ou para um médico voluntário. Fora esses atendimentos que fazemos nos domicílios, cerca de 110 a 115 visitas no mês, fazemos atendimento aqui também. Prestamos contam de tudo que é feito para o Hospital e para o Centro Social.
A triagem tanto dos casais quanto das crianças da creche e das famílias é feita de que forma?
Severino: Todos são selecionados pela assistência social. A assistente social recebe as pessoas necessitadas, pessoas de rua que vêm até aqui e recebem alimentos e roupas; verificamos se estão registrados na Prefeitura e se não estiverem, ajudamos a registrar. Não é trabalho, mas um prazer que temos em poder servir. Além disso, a creche é fiscalizada mensalmente pela prefeitura que nos ajuda com alimentos, dinheiro, etc. O cardápio, por exemplo, é feito pela prefeitura. Eles verificam as dependências e isso nos conforta porque há a garantia de que estamos fazendo o trabalho corretamente.
Vocês também fazem doações de cestas básicas. A maior parte dos alimentos é doada por paroquianos?
Sim. Em todo o Centro Social entregamos 150 cestas de alimentos para famílias registradas. Pena que não temos para mais. Fazemos uma seleção das famílias mais necessitadas. Elas começam a receber por um período de seis meses. A assistente social acompanha essa família e verifica as possibilidades dela. Se tiver um filho que possa trabalhar, por exemplo, a família será orientada para que tome providências para que ele trabalhe.
Do que o Centro Social mais precisa atualmente?
O que nos falta mais são gêneros alimentícios para as cestas básicas. Também precisamos fazer a conservação do nosso gabinete dentário. Quanto à farmácia, sempre precisamos de remédios, e no mais precisamos de dinheiro para a manutenção. Também temos um bazar onde arrecadamos roupas que são distribuídas para os moradores de rua ou vendidas por um preço simbólico. Já doamos muita coisa neste inverno, por isso estamos com nova campanha para que tenhamos mais peças para doarmos a quem precisa.