O adeus do Pantanal

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A Avenida Sumaré de hoje é um centro de gastronomia que atrai muita gente. Há um pouco mais de um quarto de século atrás, o cenário era diferente. O restaurante Pantanal foi pioneiro e depois de 26 anos de funcionamento fecha as portas. O imóvel será ocupado por uma nova revenda de automóveis.
O Pantanal acomodava em seus três ambientes, mais de mil pessoas. Nos finais de semana, os casais iam dançar e se divertir. As famílias eram maioria nos almoços de domingo, diz o gerente Flávio José Cosme Martins, filho de José Costa Azevedo, um dos sócios juntamente com os primos Francisco Xavier Gonçalves e Antonio Correia dos Santos.
“Meu pai tinha um restaurante na antiga rodoviária de São Paulo. Ele e os amigos Francisco e Antonio resolveram abrir um novo restaurante. Encontraram este aqui, na Sumaré”, conta Flávio. “E o nome Pantanal foi escolhido por ser uma região aonde os três iam com frequência”.
Flávio, que vivenciou boa parte desses 26 anos, tem muitas histórias para contar. “Foram muitas festas, homenagens, aniversários, festas de confraternização e alguns casos curiosos”. Sem citar nomes, conta que certa vez uma cliente o procurou apavorada e pediu para sair pela entrada de serviço. Ela queria evitar ser vista pelo marido que estava na casa e pensava que ela estava viajando. “Mas foram muitos os casais que se conheceram no Pantanal”, diz com satisfação.
Gente mais conhecida como Rita Cadillac, Tetê Espíndola, Sérgio Reis se apresentaram por lá. O pessoal do futebol também era frequente. Flávio diz que toda a equipe do São Paulo se reuniu para saborear uma picanha, antes de seguir para a primeira disputa do Campeonato Mundial, em Tóquio. “E eles voltaram campeões”, diz orgulhoso o sãopaulino Flávio.
A picanha era o mais pedido da casa. “Tinha cliente que não pedia outro prato”, garante Flávio. E para atender ao público, eram 60 funcionários.
Sobre a decisão de fechar a casa, “fechamos em fevereiro para reforma e, neste meio de tempo, recebemos algumas propostas. A última foi irrecusável e os sócios que já estão com idade avançada decidiram alugar o imóvel e fechar o restaurante”.
A marca Pantanal continua com eles, mas não há previsão de novas casas. Flávio montou um café na zona Leste e o pai abriu um restaurante na zona Sul. Os outros sócios ainda não decidiram o que fazer. Por enquanto, estão viajando por Portugal.

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