Parque tem novidades

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Desde o mês de abril, que o Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo (Fussesp) tem nova presidente: Deuzeni Goldman, a primeira-dama do Estado. Ela fica até o final do ano, quando haverá troca de governo. Até lá, é ela quem comanda os programas sociais que o Fundo tem por todo o Estado de São Paulo. Nascida em Tupã (SP) e formada em direito pela PUC, tem pós-graduação em direito empresarial pelo Mackenzie, além de ser paisagista e decoradora formada. Casada com o governador Alberto Goldman há 32 anos, tem dois filhos, três enteados-filhos e três netas. A sede do Fundo de Solidariedade fica dentro do Parque da Água Branca e, nesta conversa, Deuzeni revela um pouco do seu dia a dia e conta as novidades que o Parque terá até o final do ano.
 
Explique para nós quais são as funções de uma primeira-dama?
Não gosto do título de primeira–dama. Prefiro ser chamada de presidente do Fundo de Solidariedade.
 
Por quê?
A função é muito ampla e envolve muita coisa: vai desde a administração dos programas do Fundo de Solidariedade, como representar e acompanhar o governador em eventos oficiais. Pra começo de conversa, não existe um cargo de primeira-dama. E citando a D. Marisa Letícia (a primeira-dama do Brasil), “não existe salário, não existe um cargo”. Mas, quando a mulher do governador está disposta a exercer o cargo, ela o tem de fazer em sua plenitude.
 
O que a senhora acha desse seu trabalho?
Sempre trabalhei e gosto. Tenho 34 anos de carteira assinada. E acho que é alguma coisa, né? Gosto de cuidar do parque, mas também faço muita coisa de que não gosto, é claro. O pessoal acha que é muito glamour, mas não é nada disso, tem muito trabalho! E sou virginiana e muito perfeccionista, e isso complica também.
 
A senhora mora em Higienópolis, mas já frequentava o Parque da Água Branca?
Morei na Rua Monte Alegre por 12 anos. Cursei a PUC. Meus filhos vinham muito aqui. Enquanto eu trabalhava, as babás os traziam aqui. Eu vinha com eles nos finais de semana. Agora morando no bairro de Higienópolis, eu não vinha muito. Achava que o Parque estava sem atrativos e este é um dos motivos de nós estarmos trabalhando bastante na sua revitalização.

Os projetos que a D. Mônica Serra estava desenvolvendo foram parados?
Não, eles continuam e estamos ampliando. Entre eles, queremos levar o programa Visão do Futuro para o interior do Estado.
 
Fale sobre o programa.
Visão do Futuro é um programa que existe desde o ano passado. É uma parceria das secretarias da Educação, de Saúde, o Fundo de Solidariedade e as consulesas de São Paulo. São elas que conseguem os recursos para a compra dos óculos para as crianças. Não é o governo quem compra os óculos e entrega para as crianças. As crianças escolhem seus óculos. E isso faz toda a diferença. As consulesas compram de acordo com o desejo da criança. Não fica aquela coisa estigmatizada. Isso eleva a autoestima da criança. São crianças a partir dos 7 anos, da primeira série, quando ela ainda não sabe que tem um problema na visão.
 
Como elas são diagnosticadas?
São indicações feitas pelos professores, que percebem o problema na sala de aula. Depois os pais das crianças recebem um aviso e levam suas crianças aos hospitais escolhidos. Os ônibus escolares levam as crianças e os pais até os locais dos exames. Já acompanhei alguns desses encaminhamentos. O problema que estamos tendo é que muitas vezes as famílias não comparecem aos exames. Muitos desses pais provavelmente nem ficam sabendo. Estamos tentando resolver esse problema.
 
A Campanha do Agasalho é a ação do Fundo mais conhecida…
E a deste ano está bombando! Para que eu pudesse dar uma atenção especial à revitalização do Parque da Água Branca, tive de contratar um pessoal bem especializado para coordenar e delegar esse e outros programas que temos. O pessoal que está aqui me acompanha há tempos. São cerca de 100 funcionários para que a coisa ande. Seria bom que a gente não precisasse da Campanha do Agasalho. Mas como infelizmente isso não ocorre…
 
Neste ano, os jogadores de futebol é que chamaram a população para colaborar…
Pois é. E ninguém cobrou cachê. Nem a agência DPZ, que faz a campanha há anos. Todo mundo participou voluntariamente. Neste ano, o Neymar (Santos), o Dentinho (Corinthians), o Cicinho (São Paulo) e o Pierre (Palmeiras) foram os garotos-propaganda.
 
A população está colaborando?
Sim. Este ano, não queremos bater metas numéricas. Queremos qualidade. Os meninos, nos anúncios, lembram que é preciso doar roupas que ainda “batem um bolão”, para evitar que o pessoal doe lixo. Ficamos sabendo que alguém doou um casaco Armani em ótimo estado! Ficamos felizes com isso. As roupas estão chegando lavadas e perfumadas. Isso é muito bom! Precisamos todos os anos reafirmar essa ideia.

E os programas voltados para os idosos?
Temos aqui no Parque a Praça do Idoso. E teremos outras praças  iguais a esta espalhadas por cidades do interior. O decreto atual diz que cada cidade precisa ter uma praça do idoso. Queremos ampliar. Que cada cidade tenha quantas praças queira e possa. O decreto está sendo mudado e aí o Fundo poderá repassar o dinheiro para a construção dessas praças. Basta a prefeitura ter o terreno. Quero ir além e também implantar, junto às praças dos idosos, o parquinho para as crianças e a academia para os pais. A ideia é integrar as três gerações. Seria uma praça de solidariedade ou das gerações, ou algo assim.
 
A senhora é mãe de cinco filhos?
Na realidade, eu e meu marido temos cinco filhos. Três já vieram no pacote quando eu casei com o Alberto. E dois, nós tivemos. No total, temos cinco. Mas os trato por igual. Dou bronca nos cinco e nas três netas também, quando preciso (risos).
 
Voltando ao Parque, que acabou de completar 81 anos, como será a revitalização?
Quero mexer em tudo. Toda a parte subterrânea, encanamentos, drenagem, será mexida. Temos os recursos e estamos iniciando as obras agora em agosto. E por isso o Revelando São Paulo deste ano não será realizado aqui. Eu sei que eles estão bravos com a gente, mas espero que eles compreendam.
 
Mesmo em obras, o Parque continua aberto à população?
O ideal seria fechar o parque, mas isso não é possível e nem podemos fazer isso.
 
Quais são as outras novidades do Parque que a população terá?
A partir do dia 21 de setembro, com a chegada da primavera, ele ficará aberto até às 22h. Estamos melhorando a iluminação e teremos reforço na segurança, incluindo o pessoal da Polícia Militar, além dos nossos seguranças. Queremos dar aos frequentadores toda a segurança possível. E até os nossos funcionários poderão também usufruir desta belíssima área de lazer.
 
E o Espaço Cultural Tattersal?
Foi inaugurado dia 16 de julho. É um espaço multiuso para cinema, dança, música erudita e popular. Tem uma programação muito boa e variada. Temos parceria com a USP, CineMagia. E é tudo grátis. Temos o Espaço de Leitura PraLer (leia a matéria na página 84) e teremos outras novidades até o final do ano.
 
Quais?
Vamos reformar o aquário e estamos negociando com o Dieese para abrigar, naquele prédio, uma nova biblioteca. Queremos ter aqui um programa de cultura para todas as faixas etárias e sociais.
O prédio do Fundo de Solidariedade também passará por reforma?
Sim. Como é um patrimônio público e eu gosto e entendo do assunto, o prédio precisa ser pintado da mesma cor e nós vamos recuperar o que for possível. E pretendemos abrir à visitação com monitores, como é no Palácio dos Bandeirantes. Tem muita arte aqui e é um prédio muito bonito, que merece ser visitado.
 
O paisagismo é uma das suas especialidades. Tem tempo para ele?
Tenho uma casa no interior que tem um jardim que já saiu até em revistas especializadas. Faço quando tenho tempo. Além de paisagismo, gosto de moda e sempre que posso vou aos desfiles, como na última São Paulo Fashion Week.
 
O Fundo tem um programa voltado para a geração de renda.
Fazemos a capacitação junto com as escolas técnicas de São Paulo. A moda, por exemplo, é um grande gerador de renda.
 
Dia 21 de agosto teremos aqui no Parque o Ação Lapa.
Será um grande encontro de ONGs, e é muito importante eventos como esse aconteçam aqui no Parque da Água Branca. (Veja matéria na página 12)
 
Com seu convívio com a política, já pensou em se candidatar?
Não, nunca na vida. Já quiseram, mas eu não tenho vocação e nem habilidade. Sou muito transparente e falo o que penso… (risos).

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