Audálio Dantas ganha o Jabuti

0
1023

Foto:

Audálio Dantas ganha o Jabuti

Morador de Perdizes, o jornalista e escritor recebeu o Prêmio Jabuti 2013 com o livro As Duas Guerras de Vlado Herzog.

O autor levou mais de três décadas para colocar no papel esse projeto, que ele viveu intensamente. Ele, em 1975, era presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo e viveu os horrores daquele outubro. Vencedor na categoria livro reportagem, Audálio recebeu R$ 35 mil pelo prêmio na 55ª edição do Prêmio Jabuti, promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL).

O livro, segundo o autor, é uma homenagem à memória do jornalista Vladimir Herzog, então diretor de jornalismo da TV Cultura, que foi morto no DOI-CODI, onde foi espontaneamente prestar depoimento. “Era uma dívida que eu tinha a saldar. Tratava-se de contar uma história da qual eu fora um dos participantes. O episódio da morte de Herzog, sob tortura, teve fundamental importância na história recente do país. Foi o ponto de partida para a queda da ditadura militar”, resume.

Ganhar o Jabuti 2013, “foi uma grande emoção ser aplaudido de pé pela plateia na Sala São Paulo, onde o prêmio foi entregue”, conta Audálio.

Para atuais e futuras gerações, o livro é leitura obrigatória para se conhecer a história do país e Audálio lembra que “não se pode conceber que a história de um regime que suprimiu as liberdades democráticas durante 21 anos, sustentado pela violência contra seus opositores, centenas dos quais foram assassinados, seja esquecida. O conhecimento dos fatos ocorridos durante a ditadura é um direito dos cidadãos e contribui para que o país não volte a um tempo de retrocesso e violência, como foi o do regime sustentado pelo terror de Estado”.

Alagoano de Tanque D’Arca, Audálio mora em Perdizes há mais de três décadas e se considera “cidadão de Perdizes”. Ele destaca no bairro o seu jeito provinciano, “um quê de cidade do interior à moda antiga, onde a gente ainda se dá ao luxo de uma paradinha na calçada para um bate-papo com o vizinho, como os amigos Tom Zé, Ivan Ângelo e o cineasta Ugo Giorgetti. Coisas de Perdizes”, diz o premiado autor. 

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA