Ator, apresentador, locutor, turismólogo e músico, o morador da Pompeia Felipe Montanari hoje quer aprimorar o que aprendeu durante os muitos anos que trabalhou com pessoas pelo mundo afora. Acompanhe nesta entrevista exclusiva para o Daqui Perdizes.
Dizendo já ser um “local da Pompeia”, Felipe Montanari combinou esta entrevista na padaria Trigo & Cia, um dos locais que frequenta no bairro que adotou após conhecer sua esposa. Mas a sua história com a Pompeia começou ainda durante a sua infância. “Meus pais, principalmente a minha mãe, sempre foram muito culturais, gostavam de ir a shows, e a primeira lembrança do bairro que tenho é de ir ao Sesc Pompeia, que era longe da minha casa (ele morava no Planalto Paulista)… mas que achava incrível de vir, ver a antiga fábrica impressionante, as ruas de paralelepípedo…”, conta.
Felipe diz que também morou no centro, na época em que fazia viagens de navio, trabalhando como monitor de cruzeiros. “Morei na Alameda Barros após ficar muito tempo longe do Brasil. Conheci minha esposa (Carmela Montanari) já filmando. Ela tinha morado na Vila Ipojuca com seu ex e estava se mudando para uma casa na Rua Barão do Bananal… daí, começamos a namorar, casamos e nos mudamos para lá, numa vila. Hoje, moramos num apartamento próximo, que adoro. Temos um filho (Erico), que tem um ano e meio, e quase não preciso sair daqui pra nada. O bairro tem tudo o que precisamos, é muito acessível, fica na “boca” na marginal, e eu frequento muita coisa por aqui. Gosto de tomar café da manhã na Trigo, de comer o melhor pão na chapa que existe (o do Fernandinho), de almoçar bife à parmegiana no Souza, de comer no Conquista, vou ao Sesc e adoro especialmente um lugar, a Travessa Roque Adóglio, que vou sempre com meu filho de bicicleta. Esse local foi tomado e reformado pelos moradores. Lá, eles colocaram um palco e acontecem exposições e muitos eventos”, revela o artista.
Ele complementa, dizendo que usa muito sua bicicleta, frequenta as ciclovias da zona Oeste, vai para a Lapa, que considera como sua “25 de março”, para o Mercadão da Lapa, além da Praça da Nascente, os shoppings (West Plaza e Bourbon) os supermercados próximos. O único “porém” que ele tem em relação à Pompeia é que em sete anos como morador, ele viu subir mais de 30 prédios bem pertinho de sua casa. “Isso descaracterizou demais o bairro. Casas que tinham tudo a ver com a paisagem foram derrubadas e, hoje, há sombra demais onde antes batia sol”, lamenta.
Com relação a ter se tornado turismólogo, ator, apresentador, locutor e músico, Felipe conta que tudo também começou em sua infância, onde era muito estimulado para as artes de forma geral. “Meus pais foram muito responsáveis pela minha escolha profissional. Somos em três irmãos, o mais velho nascido em 1977, eu, que nasci em 1980, e o caçula, que veio em 1987. Na minha casa sempre teve muito lápis, tinta, cola, tesoura, teclado, barulho de música, pra gente fazer o que quisesse, mas também teve muita disciplina. Meu pai fotografava…, fui colocado pra fazer desenho aos sete anos de idade e sempre tive muito incentivo para plantar, tocar, pintar, cantar… fiz teatro na escola onde estudei, o Rosário, da Santa Cruz, aprendi a tocar guitarra, violão… e aos 14 anos virei monitor de um acampamento de férias que frequentei dos cinco aos 15 anos”, diz.
Resumidamente, Felipe fez sua primeira viagem internacional para aprender inglês aos 14 anos, morou sozinho com uma família estranha, num intercâmbio e, mais tarde, com 17 anos, formou-se no Circo Escola Picadeiro como Palhaço, curso que lhe deu todo um jogo de cintura para representar papéis diversos, desde comediante até psicopata. Em 1998, cursou Turismo na Anhembi Morumbi e foi convocado para trabalhar na Walt Disney World em Orlando, como intérprete e guia de grupos. Integrou a equipe de animação da Costa Cruzeiros, entre 2000 e 2006, chegando a ser chefe de animação. Neste período aprimorou os idiomas Italiano, Espanhol, Inglês e Francês nos mais de 30 países visitados. De volta ao Brasil, lançou seu primeiro disco solo profissional “Sempre Sou Eu” no ano de 2007 como compositor, cantor e instrumentista. Trabalhando com o que ele e a esposa chamam de “teoria dos pratos chineses”, onde os pratos giram sem parar e continuam girando sob o comando do “jogador”, Felipe tem solidificado sua carreira de ator com filmes publicitários de sucesso reconhecido (como os da Ford) e com seus papéis no cinema, onde estreou em 2011 com “Waffle”, curta-metragem premiado em festivais pelo mundo. Em 2015 integrou o elenco de “SOS Mulheres ao Mar 2”, onde atuou como um agente do FBI ao lado de grandes nomes do cinema nacional. Também interpretou Marley, um motoboy, em “A Garota da Moto” no ano passado, série que voltará em breve para a televisão, entre outros. Como apresentador, ele fez um trabalho na Discovery Home&Health Brasil, “O Laboratório de Estilo”, no ano de 2013, e como locutor foi e é muito procurado por diferentes estúdios que gravam spots para rádios, entre outros veículos. “O maior desafio do artista é se manter vivo, ser lembrado, e o melhor: ser lembrado pela pessoa certa na hora certa. Antes haviam cerca de 500 atores na publicidade, hoje somos em 5 mil. É muita gente para fazer o mesmo trabalho, por isso é que temos de deixar sempre uma boa impressão e nos superar sempre”, declara.
Para este ano ainda, Felipe planeja lançar seu segundo trabalho como músico, em plaformas como Spotify, com músicas compostas em uma fase complicada de sua vida, quando assistiu seu filho nascer e seu pai falecer num período de tempo muito curto. O multiartista também aguarda sua estreia na Índia, num filme que fez em 2016 e que será exibido naquele país em dezembro.
Já para 2018, ele quer fazer shows com sua banda e continuar sendo chamado para inúmeros papéis que sabe muito bem fazer. “Quero ser reconhecido como um bom comunicador, e melhorar cada vez mais no que sei fazer”, finaliza. (ND)
Felipe Montanari
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