Poder feminino

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Simone Lima é a fundadora da Ayne Casa de Cultura, na Água Branca, que tem por objetivo viabilizar para as mulheres seus direitos, anseios e desejos. Nesta entrevista ela explica o trabalho que desenvolve com o público feminino.

“Ayne é uma deusa poderosa da floresta e do ser humano. Ela auxilia as mulheres a encontrar seu poder. Aqui na Ayne Casa de Cultura, acolhemos e viabilizamos para que as mulheres enxerguem e exerçam seus direitos e buscamos provocar uma mudança essencial. Precisamos incluir todas e todos para que a mudança aconteça. E que a escolha da mulher seja respeitada”, explica a gaúcha de Porto Alegre formada em administração, design de interiores e que teve uma grande experiência profissional aqui e fora do país.

“Depois de uma experiência profissional no exterior, quando retornei ao Brasil fui trabalhar com decoração de interiores. E quando surgiu a ideia do projeto da Ayne, eu imediatamente percebi que este seria meu projeto de vida e a partir de 2017 desenvolvemos a Ayne até que em março de 2018 inauguramos a casa, oficialmente”, conta Solange.

Biblioteca
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Estar na região não foi um acaso. “Procuramos inicialmente uma imóvel na região da Vila Madalena mas quando cheguei aqui, encontrei o dono do imóvel e senti uma energia muito positiva. O sobrado é muito bem iluminado naturalmente e decidimos nos estabelecer por aqui. Estamos perto da PUC e de outras instituições com quem temos parceria e o acesso é fácil!”, diz.

A Ayne Casa de Cultura tem por objetivo acolher as mulheres. “Não é uma Organização Não Governamental. É uma empresa com finalidade social e que trabalha diretamente com o terceiro setor”. Simone explica que a empresa tem parcerias com profissionais liberais – psicólogas, advogadas, economistas entre outras atividades que prestam atendimento às mulheres que procuram a empresa. “As profissionais sublocam nossas salas e prestam atendimento a quem nos procura. Nosso objetivo é dar suporte para as mulheres que precisam de acolhimento”.

Como exemplo, Simone cita a questão financeira que impede que muitas mulheres deixem de sofrer violência dentro ou fora de casa por conta do dinheiro. “É uma das questões que atingem muitas mulheres. Não sabemos cuidar das próprias finanças, em geral. Essas mulheres precisam de orientação profissional para cuidar do seu dinheiro. Saber quanto ganha e o que pode gastar, por exemplo. Li recentemente que o número de aposentados que estão inadimplentes cresceu muito por causa de empréstimos bancários. Muitas vezes não feitos para elas e sim parentes e conhecidos”. A Ayne atende quem a procura por questões psicológicas e relativo ao direito.

Sala Laudelina de Canmpos Melo (Divulgação)
Sala Laudelina de Canmpos Melo (Divulgação)
A Ayne não é contra os homens. “Na verdade, damos preferência e prioridade às mulheres, nas parcerias que desenvolvemos. Recebemos profissionais homens que prestam serviços e utilizam nossas dependências”. Mas a empresa está focada em dar suporte às pessoas mais fragilizadas. “As mulheres negras e as pessoas trans têm muitas dificuldades em nossa sociedade. Disponibilizamos em nossos eventos e workshops, um número de ingressos para esse público. Todos são bem vindos. Queremos mudar essa situação social com relação às mulheres de uma maneira clara e aberta. Precisamos que todos estejam juntos”, esclarece.

Um exemplo das atividades da Ayne é o evento que acontecerá nos dias 28 e 29 de janeiro. Destinado exclusivamente à comunidade trans, será ministrado pela facilitadora Giovana Baria que vai orientar como utilizar melhor e com mais eficiência as ferramentas das redes sociais. É uma forma de facilitar e aproximar esse público que já tenha empresas e pequenos negócios e conseguir melhores resultados. O evento é limitado a 15 vagas.

Como espaço de convivência, evolução e conhecimento, a Ayne organiza diversos eventos como rodas de conversas com bordados, exposição de arte, aulas de ioga e outras atividades que envolvem o desenvolvimento pessoal e cultural como exposições de arte.

A mulher está presente pelas dependências do espaço. Todas as salas da Ayne foram homenageadas com o nome de mulheres que tiveram um papel de destaque. Desde a personagem Ana Terra, imortalizada pelo escritor gaúcho Érico Veríssimo como a cantora e atriz Carmen Miranda, que dá nome ao café e ao espaço de convivência da casa. Outras grandes mulheres, receberam merecidas homenagens como a escritora Pagu e Laudelina de Campos Melo, fundadora do sindicato das empregadas domésticas. (GA)

Ayne Casa de Cultura, Rua Dona Germaine Burchard, 401, Telefones 2533-2652 e 99868-3663, www.ayne.com.br

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