Artista plástica e dona das galerias Choque Cultural e Acervo da Choque, Mariana Pabst Martins tem no seu DNA a arte. A pintura, para ser mais exato. É filha do pintor Aldemir Martins (1922-2006) e mãe de do tatuador e artista plástico Jotabê Pabst.
Formada em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Mariana sempre conviveu com o pai pintando e desenhando em sua casa. A mãe, Cora Pabst, também desenhava e pintava. Aliás, foi em um curso no Museu de Arte de São Paulo que Aldemir e Cora se conheceram.
A carreira artística de Mariana tem mais de 35 anos. A recente exposição de seus trabalhos, Manuscript Replica, esteve em exposição na Acervo da Choque Cultural, na Vila Madalena. As telas são diplomas fictícios criados por ela, e ganharam colagens, selos, etiquetas e grafias inelegíveis. “Quero provocar a discussão da necessidade dos diplomas”, diz a artista. A série de 20 quadros foi produzida neste primeiro semestre.
A sua dedicação ao estudo dos diplomas teve origem quando seu pai comentou ao visitar um amigo que tinha em sua sala, inúmeros diplomas que ele não tinha nenhum, por ser um autodidata. Mariana resolveu “diplomar” o pai e o presenteou com um diploma. A partir daí, o pai ganhou outros e a artista resolveu pesquisar o tema. Os diplomas é um dos vários temas que Mariana pesquisa.
É casada com Baixo Ribeiro, que conheceu pelos corredores da FAU. Com ele, fundou em 2004 a Galeria Choque Cultural, na Rua João Moura. “Inicialmente, queríamos difundir o trabalho de grafiteiros que ainda não tinham um local para apresentar seus trabalhos”, conta ela. Com o sucesso, a galeria ganhou fôlego e hoje é uma referência na cidade em arte urbana. Em 2009, as grandes telas produzidas pediam um espaço maior e ela encontrou uma residência na Vila Madalena. Fez as reformas necessárias e abriu a Acervo da Choque Cultural, onde fez a sua exposição. Além de dona, é uma das artistas da galeria.
Mariana mora em uma casa em Perdizes “com jardim e tudo o mais”, que conheceu quando o seu pai resolveu ter o atelier no bairro. Anos depois, ela resolveu trocar o Ibirapuera por Perdizes. Sobre o bairro, diz, “tem tudo o precisa ter, mercado, padaria, casas, vilas”, mas lamenta que a verticalização esteja descaracterizando a região.
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